Publicação: 06/04/06
O café deve registrar uma “alta explosiva” este ano, superando todas as outras commodities agrícolas, devido ao aumento da demanda por parte da Ásia e ao clima seco, que prejudicará a safra brasileira, segundo empresa de consultoria J. Ganes Consulting LLC. O preços do café do tipo Arábica, variedade de gosto mais suave da qual o Brasil é o maior produtor mundial, devem ultrapassar a cotação de US$ 1,75 por libra-peso até o final de 2006, disse ontem Judy Ganes-Chase, presidente da empresa, em conferência realizada em Londres. O café do tipo Arábica para entrega em maio fechou a US$ 1,07 a libra-peso ontem na Bolsa de Commodities de Nova York (Nybot).
“Os preços do café têm o potencial para registrar uma alta explosiva”, disse Ganes-Chase. “A dimensão da alta dos preços depende do tamanho das safras futuras do Brasil e os estoques já estão em seus níveis mínimos.” Os estoques de café do Brasil, o maior exportador mundial da commodity, estarão 49% menores no ano-safra que se iniciará este mês em relação ao mesmo período do ano-safra anterior, disse a Organização Internacional do Café (OIC), sediada em Londres, no último dia 10 de fevereiro, pois o clima seco prejudicará a colheita. Ao mesmo tempo, as economias em expansão da China e da Índia estão alimentando a demanda pelos grãos. O apetite por café em mercados “não-tradicionais” como a China e a Índia está aumentando, disse Ganes-Chase.
“Há um potencial enorme de crescimento desse mercado.” A demanda mundial por café aumentaria para 33 milhões de sacas, o equivalente à toda a safra do Brasil no ano passado.
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