Desde 1997, a cafeicultura da região passou por um grande processo de evolução. Muitos fatores contribuíram significativamente para essa transformação.
Desde 1997, a cafeicultura da região passou por um grande processo de evolução. Muitos fatores contribuíram significativamente para essa transformação. Da antiga fama dos cafés rio-zona, a região conquistou títulos importantes e atualmente se desenvolve sobre a égide do café das Matas de Minas. Uma mudança que vai além de uma marca. Em 20 anos, o Simpósio de Cafeicultura foi o principal fórum de inovações e avanços nos tratos culturais dos cafezais da região de Manhuaçu.
Na próxima terça-feira, a cidade sedia a 20ª edição do evento, esperando reunir mais de 2.500 pessoas durante os quatro dias de debates, palestras, cursos, exposições e atividades de campo. Em entrevista, o Presidente da Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu (ACIAM) Silvério Afonso Júnior pontua as mudanças que vão desde a estrutura do evento, que começou no salão de festas de um hotel e agora ganha dimensões de mais de 8 mil metros quadrados, a participação das mulheres e as conquistas de sabor, aroma e qualidade diferenciados das Matas de Minas.
Confira a entrevista:
Qual a avaliação que você faz dos 20 anos do Simpósio de Cafeicultura?
Silvério Afonso:Nesses 20 anos aconteceu uma revolução no café da nossa região. Nosso café não tinha reconhecimento, nosso café era tido como café de baixa qualidade e o Simpósio teve uma importância gigante nisso junto com as outras instituições que tiveram presentes nestes 20 anos. Hoje, nós somos os maiores vencedores de concursos de qualidade de café do Brasil. A Região das Matas de Minas tem conquistado, graças aos nossos produtores, os mais significativos prêmios do país.
O simpósio foi parte dessa transformação, conscientizando o produtor, mostrando a importância de fazer café com qualidade, agregando valor ao commodity e conquistando preços melhores.
Houve uma mudança na estrutura para essa edição do Simpósio?
Silvério Afonso: Praticamente toda a estrutura básica do evento está montada, somente faltando a parte final dos estandes das empresas. É uma satisfação muito grande, pois estamos estreando um modelo novo no simpósio. É uma estrutura que foi ampliada com mudanças e novidades, que realmente irão marcar esses 20 anos, reunindo tudo que aconteceu desde início. O simpósio começou no salão de um hotel e hoje estamos aqui com mais de 8000 m² de área, onde vão ser expostas todas os novidades, a tecnologia do mercado comércio e palestras. Realmente é um espaço que vai surpreender produtores, técnicos, estudantes, enfim todos que estiverem participando.
Com o cenário econômico de crise, o agronegócio café ainda é destaque. A programação deste ano foca a questão da produção e da qualidade, mas também as perspectivas de mercado?
Silvério Afonso: O evento esse ano será voltado para fortalecer o produtor. O simpósio vai mostrar a força econômica, a importância do café para a nossa região, para Minas Gerais e para todo o país. Vamos receber grandes palestrantes, pessoas envolvidas com a cafeicultura em diversas regiões produtoras, profissionais de alto gabarito, conhecedores do mercado, especialistas e pesquisadores. Realmente nos temos um pouco de cada segmento envolvido com o agronegócio café.
Está confirmada a presença do Secretário de Agricultura, João Cruz, que fará a palestra de abertura justamente sobre o mercado cafeeiro, e outras autoridades, como o vice-presidente dos Correios do Brasil, deputados federais e estaduais, representantes de setores também do Espírito Santo, dirigentes da Emater, da Faemg, cooperativas e associações de produtores. Enfim, autoridades diretamente envolvidas no segmento cafeeiro, pessoas que realmente estão voltadas para defender o café das Matas de Minas.
A presença das mulheres é cada vez mais forte no agronegócio. Esse ano terá um segundo encontro aberto somente para as mulheres da cafeicultura?
Silvério Afonso: A mulher sempre teve uma importância enorme, mas não havia o reconhecimento. Hoje nós temos, dentro do simpósio, um núcleo de mulheres, formado por profissionais do Sebrae, da Aliança das Mulheres da Cafeicultura, do Sicoob, Coocafé, ACIAM, Senar, Emater-MG, entre outras. No dia 17, na quinta-feira, teremos o segundo encontro das mulheres, que é um evento que vai mostrar importância da mulher junto ao produtor. Ela é extremamente importante na administração da fazenda e na cafeicultura.
A entrada será gratuita em todas as atividades do Simpósio?
Silvério Afonso: Momento de comemoração e para isso estamos fazendo um evento totalmente gratuito para os participantes. Queremos a aproximação do produtor, a participação do colaborador da fazenda – aquele homem que trabalha ao lado do fazendeiro, queremos a família presente, a mulher, os filhos, todos aqui no Simpósio. No atual momento econômico, estamos oferecendo uma oportunidade singular para todos. A entrada é franca. Ninguém paga para participar. O simpósio é comemorativo, especial e voltado para o produtor. O café é que alavanca a economia da região.
Quem não se inscreveu antecipadamente, pode participar?
Silvério Afonso: O ideal é a inscrição antecipada, feita com as empresas e entidades participantes. Se a pessoa não conseguiu fazer antes do evento, não tem problema. Basta chegar na recepção, fazer a inscrição, receber o crachá e aproveitar os quatro dias. Não é preciso pagar. Somente os menores de 14 anos que precisam estar acompanhados dos pais.
Qual a mensagem que você deixa para os produtores da região?
Silvério Afonso: Eu convido os produtores a participarem. O nosso evento é voltado para todos da cafeicultura. Esse simpósio, acredito, é o momento de união do setor cafeeiro da região. É a hora de continuar lutando e mostrando que realmente fazemos o melhor café do Brasil.
Fonte: Assessoria de Imprensa via Portal Caparaó