AGRONEGÓCIO
04/08/2008
Subsídio para o café é motivo de desavença
São Paulo, 4 de Agosto de 2008 – Em meio à crescente desavença entre os representantes de produtores e de exportadores de café, o grupo técnico do Ministério da Agricultura deverá analisar durante esta semana as propostas de cada setor para o novo formato do segundo Prêmio Equalizador Pago ao Produtor de café (Pepro). O cabo de guerra gira em torno do valor de venda da mercadoria pelos cafeicultores e a participação das cooperativas no programa.
No ano passado, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o governo estabeleceu um gatilho de R$ 260 a saca de 60 quilos para o produtor começar a vender. Em contrapartida, receberia R$ 40 por saca mesmo com o preço acima do estipulado. O limite individual de participação foi de 300 sacas. O balanço geral sairá em outubro, mas estima-se que pelo menos 16,7 mil participaram da primeira edição, que distribuiu R$ 200 milhões em prêmio.
Para este ano, os cafeicultores pede R$ 500 milhões para o programa. “Não queremos mais falar em prorrogação de dívida. Precisamos de recursos que remunerem o produtor”, reivindica Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). Ele diz que por causa da alta dos custos é necessário um gatilho de R$ 295 por saca com um prêmio de R$ 25 por saca. Observo que não se trata de subsídio. “O produtor arremata e mantém o produto estocado. Caso desista, paga uma taxa de R$ 4 por saca”, explicou. O prêmio só contempla cafés arábica tipo 6, bica corrida.
Lúcio de Araújo Dias, superintendente comercial da Cooxupé, que conta com 11 mil associados, disse que o crescimento da entidade é resultado dos bons serviços prestados. “Tudo é decidido em assembléia e as sobras dos recursos são divididas entre os produtores”. Disse que a união é necessária para negociar insumos e outros itens.
Para Natan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o Pepro é positivo. “Quanto mais produtores beneficiados melhor”.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 10)(Roberto Tenório)