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LIBERTY HILL, Texas – Árvores novas de cedro em Texas Hill Country são um emaranhado de vegetação espinhosa. As mais velhas se alimentam de pouca umidade. Quando as plantações amadurecem, o warbler de queixo dourado, um pássaro que delas se alimenta, em perigo de extinção, algumas vezes vai para lá.
Imagine então a reação nesses lugares quando, no início dos anos 90, o Ministério do Interior decidiu proteger o warbler comprando – ou condenando – os terrenos cobertos por árvores de cedro. Houve protestos no Capitólio. Um fazendeiro levou uma escavadora mecânica para retirar suas árvores de cedro. Outros disseram que iriam começar uma batalha judicial. O esforço acabou.
Mais de uma década depois, numa reviravolta política e cultural, pessoas como Kerry Russel, um advogado, rancheiro e antigo morador da região, aceitaram um programa de conservação que combina incentivos estaduais e federais com flexibilidade para os proprietários de terra, que podem participar se prometerem manter aquelas terras sob conservação por no mínimo 10 anos.
Em troca, eles recebem proteção do governo, um subsídio que ficou conhecido com o nome de “Porto Seguro”.
“Se você se comprometer com a melhoria e a reestruturação daquele habitat por um número determinado de anos, depois daquele período você não terá mais a obrigação”, disse Russel. Ele se comprometeu a preservar e supervisionar 150 acres de bosques de cedro na sua propriedade para os warblers migratórios por tempo indeterminado.
O Texas tem sido o foco de iniciativas como essa, e o escritório de Austin para a Defesa Ambiental foi o principal ativista dos acordos de porto seguro.
Como compradores privados, seus representantes vão para os departamentos do estado e governos locais e voltam com um armário cheio de títulos de arrendamento, garantias e outros acordos que encorajam os usuários de terra a preservar os pássaros, anfíbios ou insetos. Os rancheiros escolhem os acordos que se adaptam melhor.