Premiação de R$ 400 mil para os melhores cafés das Montanhas do Espírito Santo acontece neste sábado (05)
A 9ª edição do Prêmio Cafuso/UCC das Montanhas do Espírito Santo vai divulgar, neste sábado (05), os melhores cafés das Montanhas do Espírito Santo, ou seja, os produzidos com qualidade e sustentabilidade. A cerimônia de premiação, que vai entregar R$ 400 mil aos produtores vencedores, será realizada a partir das 18 horas, no Clube Recreativo do município de Venda Nova do Imigrante, na região Serrana do Estado.
O objetivo do concurso é incentivar os produtores na busca constante da melhoria da qualidade como meio mais eficaz de conquistar novos mercados e atender a crescente demanda por produtos diferenciados.
O prêmio é uma realização da Real Café Cafuso, da Empresas Tristão, da torrefadora japonesa Ueshima Coffee Company (UCC), da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), com a coordenação da Cooperativa de Cafeicultores das Montanhas do Espírito Santo (Pronova).
Este ano, o concurso apresenta uma nova forma de reconhecimento. Além da premiação estadual, que vai destinar R$ 20 mil para o primeiro lugar, R$ 15 mil para o segundo, e R$ 10 mil para o terceiro lugar, haverá também a premiação municipal. Mas, para participar dessa categoria, o concurso determinou o mínimo de 10 amostras inscritas por município. Das 440 amostras inscritas, provenientes de 16 municípios, apenas 64 foram classificadas para a etapa municipal. Nesta etapa, o primeiro colocado vai ganhar R$ 5 mil, o segundo, R$ 2 mil, e, para o terceiro colocado, o prêmio será de R$ 1 mil. Além disso, todos receberão um ágio sobre o preço de venda do café e ainda um certificado de qualidade.
Nas 64 propriedades classificadas para a etapa final, uma equipe técnica realizou auditoria para avaliação dos critérios sócio-ambientais, que equivale a 20% da pontuação. Foram observados a rastreabilidade, o uso de fertilizantes e de defensivos, a gestão do solo, colheita e pós-colheita, a gestão de resíduos, a conservação do meio ambiente e a saúde e a segurança do trabalhador. O desempenho dessas etapas será somado ao resultado da avaliação sensorial da amostra (80%), realizado nesta quinta (03) e sexta-feira (04) por um júri técnico internacional, composto por profissionais japoneses, que verificaram a qualidade da bebida produzida.
“A cafeicultura entrou num caminho sem volta, onde a qualidade e a sustentabilidade da produção são características essenciais que o agricultor, principalmente o de base familiar, tem que buscar. Esse é o desafio. Mais importante que produzir muito é produzir o melhor, sempre levando em consideração a preservação e a recuperação dos recursos naturais. Essas bases contribuem significativamente para a melhoria da renda e da qualidade de vida, e geram sustentabilidade social, ambiental, cultural e econômica”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Segundo o diretor-presidente do Incaper e coordenador técnico do concurso, Evair Vieira de Melo, o diferencial deste ano vai ser a valorização dos cafés de todos os municípios participantes. “Mudamos a concepção da premiação. A idéia é identificar em cada município um café campeão. Isso vai incentivar a todos a utilizarem as tecnologias necessárias para a produção de um café superior”.
Para o diretor-presidente, os produtores que investem em qualidade ficam com a maior fatia do mercado. “Os cafés superiores estão superando melhor a crise. Ao consolidarmos com todos os municípios a produção de café de qualidade, cresce a oportunidade para os produtores, porque é um mercado em franca expansão. A demanda tem crescido, mas sabemos que precisam de fornecedores constantes. Por isso, esperamos que todos os produtores possam, ao longo do tempo, aderir aos novos mercados”.
Evair de Melo afirma ainda que o Prêmio tem cumprido o papel de difusão das tecnologias e das boas práticas agrícolas. “Foi com esse intuito que introduzimos o critério de sustentabilidade. E o formato de pontuação tem se mostrado eficiente, porque os produtores estão aderindo às boas praticas agrícolas e à produção com responsabilidade ambiental, social e econômica”.
O Prêmio UCC/Cafuso é pioneiro em aplicar critérios sócio-ambientais para garantir ao consumidor a aquisição de um produto com qualidade e segurança alimentar. As novas regras premiam a forma de produção que confere equilíbrio ambiental, social e econômico ao meio rural.
Jackeline Uliana, coordenadora de certificação do Concurso, disse que as regras e os critérios utilizados para avaliar os vencedores do Prêmio Cafuso/UCC das Montanhas do Espírito Santo estimulam o desenvolvimento de uma cafeicultura dentro de normas que respeitam aspectos ambientais e sociais. “É uma forma de respeitar tanto o meio-ambiente quanto quem está envolvido no processo, isto é, a mão-de-obra, que na maioria das vezes é formada pela família proprietária”.
O diretor-superintendente das Empresas Tristão, Marcelo Netto, afirma que o Prêmio é um dos principais responsáveis para a mudança de conceito do mercado japonês quanto ao café capixaba. “O Prêmio tem se mostrado extremamente eficiente na divulgação e solidificação do Estado como produtor de altíssima qualidade. Ele abriu a porta do mundo dos cafés especiais para o produtor capixaba. Basta dizer que há dez anos não havia um único comprador reconhecidamente de qualidade que viesse às montanhas do Estado. Hoje, a região é uma rota obrigatória. Não existe um comprador que não inclua nas suas viagens ao Brasil uma visita aos municípios produtores de cafés especiais”.
Já o diretor-técnico do Bandes, José Antônio Buffon, disse que investimento na produção de cafés de qualidade beneficia todos os elos da cadeia e traz crescimento econômico para o Estado. “É bom par o cafeicultor, que garante maior valor à produção, para o consumidor, que leva para casa um produto seguro, e para a sociedade, pois amplia a geração de emprego. Além disso, a qualidade é um assunto que está em pauta em todos os setores do país. E como o café é um produto central para a atividade econômica do interior do Estado, quanto mais mercado, mais oportunidade e mais qualidade de vida para os envolvidos.”
A gerente da Unidade de Atendimento ao Agronegócio do Sebrae/ES, Letícia Simões, disse que o ponto fundamental do prêmio é que ele estimula os pequenos produtores a melhorar suas práticas de manejo e de gestão. “Sabendo que serão avaliados, eles se tornam cada vez mais atentos à qualidade e, assim, vão se preparando para concorrer em um mercado onde o consumidor exige sempre o melhor.”
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