TELEJORNAL
09/11/2007
Preferência por orgânicos
Eles estão ganhando fama e espaço nas prateleiras dos supermercados. O consumo dos alimentos orgânicos cresce em média 30% ao ano. No Brasil, 15 mil produtores investem na agropecuária orgânica.
Mas o preço dos produtos ainda é muito alto. Para conferir a diferença de preços, o Jornal Hoje comparou duas cestas de alimentos. Uma com orgânicos e outra sem.
Lugar de destaque nas prateleiras e embalagens que valorizam o conteúdo. “Eventualmente eu compro algum produto para experimentar: café, farinha, açúcar”, diz a educadora Penina Friedlaedder.
O número de produtos orgânicos é cada vez maior nas feiras e mercados brasileiros. Só numa loja de São Paulo, há 260 opções de frutas, legumes e verduras, além de mercadorias industrializadas – como macarrão, molho de tomate, biscoitos, chocolate em pó e café. “Maravilhoso. É puro, puro. O café é realmente espetacular, muito bom”, aprova a empresária Leila Apovian.
Na lista de compras da psicóloga Zaíra Tikhomiroff, os orgânicos são prioridade: “Para mim, é muito bom. Sou diabética, então sempre procuro as coisas mais saudáveis”, diz.
Nos orgânicos não entram hormônio de crescimento, agrotóxico, adubo químico nem sementes transgênicas. “Não tem o risco do alimento trazer algum resíduo químico”, explica a nutricionista Ana Fanelli. “Para a saúde, faz muito bem. Eu me sinto muito melhor”, concorda o industrial Ademar Marques, que consome esse tipo de produto.
Mas o benefício nem sempre cabe no orçamento. “O que eu acho que ainda deixa um pouco a desejar é o preço. O preço do orgânico ainda está acima do preço normal. Por causa disso, muitas pessoas acabam não comprando”, opina a psicóloga Maria Teresa de Souza.
Para comparar os preços do produto orgânico com o produto tradicional, o Jornal Hoje escolheu os itens tradicionais de uma cesta básica: arroz, feijão, açúcar, leite, farinha, café, batata, tomate, banana e carne. Do outro lado, os mesmos produtos, mas todos na versão orgânica. O valor da compra com os produtos normais é de R$ 37,00; já a cesta com produtos orgânicos, sai por R$ 87,00 – ou seja, custa mais que o dobro da convencional.
As maiores diferenças estão entre os produtos industrializados, principalmente o arroz e o feijão: um saco do feijão tradicional sai por R$ 1,80, e do orgânico, por R$ 7.
Batata e tomate ecologicamente corretos também pesam mais no bolso; um quilo de café orgânico custa o mesmo que dois pacotes do comum. Já carne, frutas e verduras têm preços mais parecidos.
A dica é aproveitar a safra de alguns produtos. “Ainda é um mercado pequeno, a escala de produção ainda é menor, então a gente acha que quanto mais esse mercado crescer, os preços vão estar mais acessíveis também”, estima a engenheira agrônoma Araci Kamiyama.
Consulte a lista de agricultores que trabalham com produtos orgânicos e veja mais informações sobre o tema.