Preços fazem exportação do país bater recorde

Forte aumento das commodities eleva vendas em fevereiro para US$ 16,7 bi: alta de 23%. Importação cresce 18

Por: O Globo

ECONOMIA
02/03/2011 
  
 
Vivian Oswald

BRASÍLIA. A disparada dos preços das commodities — com aumentos significativos nos principais itens da pauta brasileira de produtos básicos — voltou a turbinar o desempenho das exportações no mês passado. As vendas do país ao exterior fecharam fevereiro em US$16,73 bilhões, o maior volume de todos os tempos para o período. Trata-se de um crescimento de 23,5% em relação ao mesmo mês de 2010.


Somente as cotações do minério de ferro subiram 136% em relação a janeiro, seguidas pelos preços do suco de laranja, que aumentaram 67%. As importações cresceram um pouco menos, 18,4%, em fevereiro, mas também bateram novo recorde histórico para o período, chegando a US$15,53 bilhões.


O saldo comercial de fevereiro foi de US$1,2 bilhão. Com este resultado, a balança comercial brasileira está positiva em US$1,62 bilhão no bimestre (resultado de exportações e importações recordes: US$31,94 bilhões e US$30,32 bilhões, respectivamente), ou 672,4% acima do superávit obtido no mesmo período do ano passado.


— Retomamos no bimestre os níveis pré-crise. Isso se deve à estratégia de diversificação de mercados e ao aumento dos preços das commodities. A base de comparação do ano passado também foi baixa — disse o secretário-executivo-adjunto do Ministério do Desenvolvimento, Ricardo Schaefer.


Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o bom comportamento das exportações no período se deve quase que exclusivamente aos preços das commodities.


— O saldo reflete o que os nosso clientes querem comprar, commodities, e não o que queremos vender, que são os manufaturados — disse Castro.


Pela primeira vez, as commodities lideraram todas as categorias de produtos exportados: básicos (minério de ferro), semimanufaturados (açúcar em bruto) e manufaturados (óleos combustíveis). Os aumentos generalizados foram expressivos para o período. Depois do minério, que ainda tem previsão de valorização entre 20% e 25% no próximo trimestre, e do suco de laranja, vieram café em grão (50,2%) e óleo de soja em bruto (49,4%). Operações para o Oriente Médio também cresceram


Os embarques para a China, sobretudo de matérias-primas, voltaram a puxar as exportações no período e fecharam fevereiro com alta de 63,5%. Em seguida vieram as vendas para o Oriente Médio, que subiram 26,2% e que, segundo Shaefer, ainda não sofreram impacto da crise política na região.


Dados levantados pelo governo para as regiões conflagradas mostram que as vendas para o Egito em fevereiro estiveram 24,2% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. O país compra açúcar, carne bovina, frango, minério e alumínio do Brasil. Para a Tunísia, que compra açúcar, milho, café, chassis com motor e automóveis, o aumento chegou a 333,3%


Já para a Líbia, houve um decréscimo de 11,1% nas exportações. Mas o governo não atribui essa redução aos conflitos, tendo em vista que as vendas aumentaram em relação a janeiro. A Líbia importa minério, carne bovina, açúcar e motores do Brasil. 

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