São Paulo, 22 de Novembro de 2005 – Preços do café no mercado internacional em alta, consumo maior e estoques menores do grão. Este é o cenário esperado para a commodity em 2006 na avaliação do presidente do conselho da illycaffè, Ernesto Illy. “Nos últimos anos, muitos produtores abandonaram a atividade. Já o consumo cresceu quase 3% de 2003 para 2004, enquanto o aumento nos anos anteriores foi de 1,5%”, explica.
Se o crescimento de 2004 se repetir, será preciso que a produção mundial aumente de 3 milhões de sacas a 4 milhões de sacas. A Organização Internacional do Café (OIC) estima consumo de 113 milhões de sacas na safra 2005/06 e déficit de 7 milhões de sacas.
Para Illy, nos próximos anos, deve aumentar ainda a diferença de preços entre os cafés de alta e baixa qualidade, com mais demanda por produtos sofisticados. No Brasil, as vendas da empresa vão ultrapassar 50 toneladas, com alta de 15% ante 2004. Com o real valorizado, a receita terá expansão menor, de 12%. O faturamento global da empresa pode chegar a € 220 milhões este ano, 7% a mais que em 2004.
Em 2005, a participação do varejo nas vendas da illycaffè no País passou de menos de 15% para 18%. O ano foi marcado ainda pela expansão de 20% para 25% das vendas para fora do eixo Rio-São Paulo. “Exportar café para o Brasil é como vender geladeira para esquimós”, diz Illy.
As compras de café em grão do Brasil, maior fornecedor da empresa, vão somar 160 mil sacas em 2005, 10% a mais que no ano passado. Do total, 80% é adquirido de 600 fornecedores cativos A fábrica da illycaffè em Trieste, na Itália, tem capacidade para produzir até 30 mil toneladas anuais de café torrado.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 12)(Chiara Quintão)