fonte: Cepea

Preços do café no Brasil continuam o movimento de valorização observado em dezembro, afirma Rabobank

Até 15 de janeiro, os preços médios de café arábica e conilon apresentavam alta de 5% em relação a dezembro de 2024

Por Rabobank

Em dezembro, o Brasil exportou 3,8 milhões de sacas de café (60kg). Apesar de uma queda de 22% MOM e 8% YOY, o país totalizou 50,4 milhões de sacas exportadas em 2024, um recorde, representando um aumento de 29% em relação a 2023.

Além do aumento de 20% nas exportações de café arábica verde em relação a 2023, destacam-se as exportações de café canéfora (conilon e robusta) e café solúvel, que somaram 9,4 e 4,1 milhões de sacas, respectivamente. Em comparação com o ano anterior, isso representa um crescimento de 98% para o café canéfora e 13% para o café solúvel.

O Cecafé destaca que, apesar da excelente performance, muitos gargalos logísticos foram superados pelo setor em 2024 e que cerca de 1,6 milhão de sacas deixaram de ser exportadas entre janeiro e novembro.

Será fundamental monitorar as exportações de café nos próximos meses, uma vez que, devido à frustração de safra em 2024, é esperado que as exportações de café comecem a desacelerar, o que pode trazer mais volatilidade ao mercado.

Em janeiro de 2025, a relação de troca continua em tendência de queda, sendo necessárias 1,2 sacas de café (60kg) para comprar 1 tonelada de fertilizante (blend 20-05-20). Isso representa uma queda de 46% em relação ao mesmo período do ano passado, quando eram necessárias 2,1 sacas. Apesar do aumento nos custos de fertilizantes, especialmente ureia e potássio, a valorização dos preços do café favoreceu a relação de troca.

Os preços do café no Brasil continuam o movimento de valorização observado em dezembro. Até 15 de janeiro, os preços médios de café arábica e conilon apresentavam alta de 5% em relação a dezembro de 2024. Além dos elevados patamares nos mercados globais, a valorização do dólar frente ao real brasileiro também colaborou.

Entre outros fatores, as incertezas sobre a extensão dos danos à próxima safra 2025/26 brasileira (com clima irregular em algumas regiões), continuam trazendo volatilidade ao mercado.

Nos últimos meses, a diferença de preço entre arábica e conilon vem subindo. Em setembro de 2024, o café conilon estava 1,6% mais caro em relação ao arábica. Atualmente, o café arábica está 21% mais caro. Esse valor ainda está distante dos 49% (média dos últimos 5 anos em que o café arábica estava mais caro que o café conilon), mas já pode indicar um retorno gradual pelo café conilon nos blends domésticos pelas torrefadoras locais.

Em dezembro, a maioria das regiões de café arábica, exceto Guaxupé, recebeu chuvas acima da média. Em contraste, foram observadas precipitações abaixo da média nas regiões de café conilon/robusta. No Espírito Santo, isso não é uma grande preocupação devido aos altos volumes acumulados e ao extenso uso de irrigação, mas Rondônia enfrenta desafios com as condições quentes e secas dos últimos meses. Tempestades de granizo isoladas no sul de Minas Gerais tiveram impactos localizados. Até o momento, em janeiro, chuvas vêm ocorrendo na maior parte das regiões produtoras de café, porém no sul de Minas Gerais o clima segue um pouco mais irregular.

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