O mercado internacional de café mais uma vez seguiu a trilha das outras commodities ao longo da semana, que por sua vez acompanharam os deslocamentos do dólar contra outras moedas. Quando o dólar mostrava fraqueza, as commodities subiam, e quando a moeda americana se fortalecia, os preços agrícolas caiam, nessa relação inversa entre o dólar e as cotações das commodities, com um compensando o movimento do outro.
No balanço da semana, os preços na Bolsa de Nova York para o arábica recuaram, chegando a bater nos níveis mais baixos em quatro meses. Não houve fundamentos por trás dessa movimentação, sendo basicamente reflexo do cenário geral da economia, do comportamento do dólar e de outras commodities. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o “otimismo macroeconômico exagerado” do começo do ano fez com que investidores pisassem no freio agora, com sinalizações da economia menos favoráveis e isso impactou as commodities.
Na Bolsa de NY, que baliza as cotações internacionais do arábica, essa última quinta-feira (04/02) fechou com o contrato março a 131,55 centavos de dólar por libra-peso, acumulando perda de 1,05% no comparativo com a quinta-feira anterior (28/01), quando o mesmo contrato fechara a 132,95 cents/lb.
O mercado físico brasileiro acompanhou esse comportamento de NY. As perdas foram menores um pouco devido a ligeira valorização do dólar, que da quinta-feira passada até essa quinta-feira acumulou alta de 0,9%, nada de muito significativo. No balanço semanal, o café arábica bebida boa do sul de Minas Gerais encerrou esta quinta-feira (04) cotado a R$ 278,00 a saca, contra R$ 280,00 a saca da semana anterior.
EXPORTAÇÕES
As exportações brasileiras totais de café fecharam o ano de 2009, janeiro a dezembro, com acumulado de 30,135 milhões de sacas de 60 quilos. Isso representa um incremento de 2,7% nos embarques no comparativo com o acumulado de 2008, quando o país havia embarcado 29,353 milhões de sacas. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A receita no acumulado das exportações de 2009, de janeiro a dezembro, entretanto, tem queda de 10,1%. Os embarques geraram no período receita de US$ 4,221 bilhões, contra US$ 4,697 bilhões em igual período de 2008.
Tomando-se somente o mês de dezembro, as exportações totais foram de 2,635 milhões de sacas, com queda de 10,6% sobre dezembro de 2008, quando os embarques ficaram em 2,947 milhões de sacas. Em receita, os embarques de dezembro chegaram a US$ 407,2 milhões, tendo retração de 6,5% no comparativo com igual mês do ano passado, quando as exportações somaram em divisas US$ 435,3 milhões.
TEMPORADA 2009/10
Na temporada 2009/10, os embarques de café no total chegam a 15,452 milhões de sacas no acumulado julho a dezembro (a temporada vai de julho de 2009 a junho de 2010). Assim, há queda de 6,4% nas exportações no comparativo com julho a dezembro de 2008/09, quando os embarques totalizavam 16,506 milhões de sacas.
A receita na temporada nova, de julho a dezembro, chega a US$ 2,264 bilhões, com retração de 13,7% no comparativo com a temporada anterior (US$ 2,622 bilhões).