O Brasil se beneficiou com os melhores preços no mercado internacional, estimulados pela menor oferta do grão
Apesar da queda do volume, as receitas com exportações de café do Brasil subiram 22,7% em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2005, ficando em US$ 217,246 milhões, segundo dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Em janeiro e fevereiro, as vendas do produto chegaram a 3,5 milhões de sacas de 60 quilos, contra 4,08 milhões de sacas no primeiro bimestre de 2005. Só em fevereiro, o embarque total de café caiu 2,3%, para 1,77 milhão de sacas, ante 1,82 milhão de sacas há um ano. Isso ocorreu por causa dos embarques de café solúvel, que caíram 31,9%o para 168,9 mil sacas, ante 248,2 mil sacas um ano atrás, depois de a tarifa gratuita da União Européia para o Brasil ter vencido em 1º de janeiro.
O Brasil se beneficiou com os melhores preços no mercado internacional, estimulados pela menor oferta do grão. Apesar de uma queda de 12,1% no volume exportado, a receita no bimestre subiu 10%, para US$ 423,6 milhões, comparados com os US$ 384,5 milhões de janeiro e fevereiro de 2005.
Alemanha e Estados Unidos continuam sendo os principais mercados do café do Brasil, principal produtor e exportador mundial do grão. A Itália foi o país que mais aumentou em suas compras, com o 42,8% em volume.
PERDAS Depois de 20 dias seguidos de estiagem, a Fundação Procafé prevê uma quebra de 933 mil sacas, com perda média de 8,8%, no Sul e Oeste de Minas. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a atual safra nas regiões é de 10,5 milhões de sacas de 60kg.
No Espírito Santo, as perdas podem chegar a 10%. “A estiagem aconteceu justamente na fase crítica de enchimento dos grãos. Muito café queimou e uma boa parte dos grãos cresceu murcha”, disse o coordenador do Programa de Café do Estado, Romário Gava Ferrão, acrescentando que as altas temperaturas também prejudicaram a cultura.