10/03/2012
O Estado de S.Paulo
Cenário: Filipe Domingues
O relatório de safra divulgado ontem pelo governo dos Estados Unidos sinalizou que o consumo de trigo deve ser maior do que se esperava neste ano, fortalecendo as exportações do país e puxando os preços para cima. Com isso, o contrato do cereal para entrega em maio fechou o pregão de sexta-feira em alta de 1,30%, a US$ 6,43 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também reduziu em 2,4% a previsão para os estoques americanos do cereal no fim da temporada, mais um fator positivo para as cotações. Entretanto, analistas ainda dizem que a oferta de trigo é considerada abundante, o que deve conter os avanços das cotações nos próximos meses.
Os preços do milho também subiram em Chicago, diante da perspectiva de demanda maior da China. Os lotes do grão para entrega em maio fecharam em alta de 1,49%, a US$ 6,45 por bushel. Mas a valorização foi limitada por outro dado do governo, segundo o qual a oferta na América do Sul não está tão apertada como se temia. O USDA elevou sua estimativa de produção de milho do Brasil em 1 milhão de toneladas, para 62 milhões de toneladas, esperando que produtores plantem mais milho na safrinha (segunda safra), depois da colheita de soja.
Em Nova York, o mercado de café foi o destaque, pois os preços caíram para o menor nível desde outubro de 2010. O motivo é a previsão de safra recorde no Brasil, maior produtor mundial da commodity. Os contratos com vencimento em maio cederam 1,69%. Torrefadoras esperam preços mais baixos para começar a comprar.