Preço do frete deve subir 11% em março

27 de fevereiro de 2008 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: O ESTADO DE S. PAULO

Empresários se reuniram ontem para discutir o tamanho do reajuste


Renée Pereira


O serviço de frete deve ficar mais caro em todo o País a partir de 1º de março. Em reunião realizada ontem na sede da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), em São Paulo, os empresários detectaram uma defasagem média de 11,1% nas tarifas praticadas no transporte de carga fracionada.


O presidente da entidade, Flávio Benatti, explicou que a diferença de preços é resultado de mudanças legais no setor logístico nos últimos anos, que elevaram o custo dos transportadores. Ele explicou que hoje o nível de exigência e personalização dos serviços é grande no setor. Alguns clientes exigem veículos exclusivos para suas cargas, exemplificou o executivo.


Outro importante fator que contribuiu para a necessidade de realinhamento tarifário, completou, foram as deficiências da infra-estrutura brasileira. As péssimas condições das rodovias têm piorado de forma significativa a produtividade do setor, com redução do tempo de vida dos veículos e aumento dos custos por quilômetro rodado.


Benatti acrescentou à lista de problemas que exigirá a revisão das tarifas os atrasos nas chamadas barreiras fiscais. Segundo ele, no caso das cargas fracionadas, a demora na liberação dos caminhoneiros pode chegar a 12 horas. Isso por causa da guerra fiscal entre os Estados, destacou o executivo. Além das barreiras fiscais, os atrasos nos portos são fatores que têm elevado o custo das empresas.


SUGESTÃO


Benatti disse que a decisão da reunião de ontem é apenas uma sugestão para os empresários. Cada um vai discutir e negociar com seus clientes a forma e o porcentual adequado de aumento dos serviços. De acordo com a entidade, que tem 3.500 empresas associadas, apenas dessa forma o setor conseguirá voltar a investir na modernização e ampliação da frota e de toda a infra-estrutura tecnológica e operacional. O resultado disso poderá aparecer no repasse de preço do transporte para o produto final para o consumidor. Além disso, o reajuste das tarifas de fretes representará um aumento do custo Brasil. Ou seja, o produto brasileiro ficará menos competitivo no mercado internacional.
 

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