Cotação internacional motiva avanço |
Lucia Kassai SÃO PAULO – O preço do cafezinho vai subir. Os preços do café torrado e moído poderão ser reajustados mais do que os 15% anunciados no início deste mês. As indústrias de café solúvel, por sua vez, devem aumentar os preços entre 10% e 15%. No ano, a matéria-prima acumula alta de 10,6% na Bolsa de Nova York, referencial de preços para o país. – Havíamos anunciado um reajuste médio de 15%, mas acredito que ele poderá ser maior. Não sei precisar qual é o novo número, mas uma de nossas associadas já apresentou a nova tabela com preços de 12% a 20% maiores – disse Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Em dezembro, o preço médio do pacote de um quilo de torrado e moído foi de R$ 9. Em 9 de janeiro, o aumento foi de 1% em relação à média de dezembro. Herszkowicz acredita que o novo preço médio será superior a R$ 10,50 o quilo. No dia 18, o preço do café arábica, o mais utilizado pela indústria de torrado e moído, chegou a R$ 230 a saca, 7% maior que o da semana anterior. Já o café conillon tipo 8 subiu 15% no período, para R$ 195 a saca. O conillon é o mais utilizado pela indústria de café solúvel. – As empresas evitaram, de modo geral, repassar a alta do café nos últimos meses, mas os preços alcançaram níveis insustentáveis – diz Edivaldo Barrancos, diretor comercial da Companhia Iguaçu de Café Solúvel. O setor também já está apresentando a nova tabela de preços com reajuste de 10% a 15%. Barrancos diz que o setor tem tido dificuldade em competir no mercado internacional, porque os concorrentes no exterior podem importar café mais barato de outras origens. Por isso, o setor pleiteia que as importações, hoje proibidas, sejam liberadas em sistema de draw-back. |