Índice de Ruptura da Neogrid mostra que, além do grão, ovos, açúcar e azeite registraram ruptura no início deste ano
São Paulo, fevereiro de 2025 – O Índice de Ruptura da Neogrid, indicador que mede a falta de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, registrou aumento em janeiro e a ruptura geral chegou a 13,7% – variação de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro do ano passado.
Este é o primeiro resultado superior a 13% desde agosto de 2024, após meses de estabilidade do índice na faixa dos 12% – nos últimos três meses, o indicador já vinha mostrando uma tendência de crescimento. Um dos destaques em aumento de ruptura é o café em janeiro, que subiu 2,1 p.p. ante o mês anterior, e que apresenta variação de preço de 66% em relação aos últimos 12 meses.
“O aumento ocorre em um momento em que o varejo já começa a sentir os impactos da desaceleração no consumo no país”, afirma Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid.
“Com o preço dos alimentos elevado e o poder de compra do brasileiro mais pressionado, a reposição de estoques fica mais lenta e resulta na falta de alguns tipos de produtos e marcas nas prateleiras, agravando ainda mais o cenário.”
Ruptura das categorias que se destacaram em janeiro de 2025:
Ovos: de 16,7% para 19,7%;
Café: de 9% para 11,1%;
Açúcar: de 8,9% para 10%;
Azeite: de 6,6% para 7,6%.
Café
A ruptura de algumas marcas e tipos de café cresceu, atingindo 11,1% em janeiro – aumento de 2,1 p.p. ante o mês anterior. Em relação aos preços, o consumidor segue experimentando um amargor extra no bolso, já que o produto teve uma variação média de até 66% ao longo de 2024.
Na lista deste mês, o valor do café em pó subiu 7%, passando de R$ 21,94 para R$ 23,48, enquanto o café em grãos teve uma redução, caindo de R$ 50,14 para R$ 44,47.
A alta nos preços está ligada a crises climáticas que afetaram a produção ao longo do último ano. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, as chuvas recentes nas regiões produtoras podem favorecer a safra 2025/26, embora os produtores sigam atentos às previsões de altas temperaturas, uma vez que o calor excessivo pode comprometer a qualidade do grão.
Variação de preço do café:
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