Compradores ofereceram mais aos produtores no físico, enquanto, nas bolsas, cotação do robusta atingiu níveis históricos e puxou as do arábica
Por Globo Rural
O preço do café subiu no mercado brasileiro, acompanhando o movimento das cotações nas bolsas. Segundo o Escritório Carvalhaes, os compradores elevaram as ofertas, ao longo da semana, enquanto, lá fora, os preços do robusta em Londres atingia patamares históricos e puxava os do arábica em Nova York.
“As vendas estão crescendo nestes primeiros meses de 2024, sempre com negociações difíceis, atrapalhadas pelo forte e rápido sobe e desce nas cotações dos contratos nas bolsas de futuros e pelas incertezas climáticas”, avalia a empresa. “A aproximação do período de colheita, quando as despesas crescem, incentiva os produtores a venderam o que resta da safra 2023/24”, acrescenta.
No acumulado de março, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica, com base em São Paulo, subiu 2,22%. Na quinta-feira (28/3), ficou em R$ 1.029,67 a saca de 60 quilos. No mesmo período, a referência para o robusta, com base no Espírito Santo, subiu 13,28% e chegou a R$ 952,42 a saca.
Na quinta-feira, as sessões nas bolsas foram de realização de lucros, avalia o Escritório Carvalhaes. O contrato de café arábica para o mês de maio na bolsa de Nova York caiu 0,97% no dia e fechou a US$ 1,8805 por libra-peso. Na semana, no entanto, houve alta de 2,2% e, no acumulado do mês, de 2,01%, de acordo com o Valor Data.
O contrato do robusta, também para maio teve queda de US$ 80 e fechou a US$ 3.479 a tonelada na bolsa de Londres. O vencimento julho foi cotado a US$ 3.396 por tonelada. Na semana, a valorização da commodity foi de 13,3%, informa o Valor Data, com base no contrato de segunda posição. No mês, o robusta subiu quase 50%.
“A colheita do robusta deve começar no Brasil em algumas semanas. Contudo, os preços locais seguem firmes, impulsionados pela percepção de baixa disponibilidade global e pela demanda. O arábica pegou carona com o mercado altista do robusta”, avalia o Itaú BBA, em relatório.
A demanda por café robusta para exportação mantém os preços em patamares elevados no mercado brasileiro, acrescentam os analistas do banco. Segundo o Itaú BBA, os diferenciais de preço em relação às praças de comercialização na Ásia dão mais competitividade ao produto do Brasil.
Neste cenário, um arábica cereja descascado de bom preparo era negociado no mercado físico brasileiro de R$ 1.080 a 1.110 a saca de 60 quilos. O café classificado como fino ou extrafino de Minas Gerais ou da região da Mogiana Paulista, de R$ 1.060 a R$ 1.080 a saca. Já um café mais “duro”, mas com boa qualidade e preparo, de R$ 1.030 a R$ 1.060 a saca, segundo o Escritório Carvalhaes.
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