Preço do café sobe 15% em pouco mais de um mês | ||||||||||
Oscilação foi apontada por pequisa feita nos supermercados de Curitiba | ||||||||||
Ana Ehlert | ||||||||||
A alta, que não acompanhou a remuneração do produtor no período, se deve a entressafra, mercado e ciclo da colheita. Segundo os dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), no mesmo período analisado, o preço da saca de 60 quilos de café, bebida dura tipo 6, no campo, recuou 7,6%. Passou de R$ 248, em janeiro, para R$ 229, em fevereiro deste ano. A agrônoma Margoreth Demarchi, responsável pelo acompanhamento da conjuntura do Café da Seab, lembra que, como a cafeicultura alterna safra cheias (ciclos de produção alternados entre o máximo e um mínimo), neste ano há uma tendência de que os preços apresentem uma melhora para o produtor, uma vez que a produção deve ser menor. “A safra do ano passado foi cheia”, lembra. O Paraná produziu 2,250 milhões de sacas de café e a previsão para este ano é de uma colheita de 1,860 milhão de sacas. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), projeta para este ano um cenário no qual cerca de 52% da produção tenha de ser direcionada para suprir a demanda do mercado interno, pressionando os estoques e, consequentemente os preços. O consultor e analista do mercado de café, Gil Carlos Barabach, da Safras& Mercado, explica o descompasso de preços como o tempo de transferência entre os valores pagos no campo e no varejo, chamado pelo mercado de GAP — terminologia em inglês que significa lacuna ou diferencial. “Sempre que há um reajuste de preços na matéria-prima há um GAP até a ponta, ou seja, um tempo para que ele chegue às gôndolas”, observa. |