Preço do café sobe 15% em pouco mais de um mês

6 de março de 2007 | Sem comentários Consumo Torrefação
Por: Jornal do Estado - Curitiba




















Preço do café sobe 15% em pouco mais de um mês
Oscilação foi apontada por pequisa feita nos supermercados de Curitiba

Ana Ehlert












Franklin de Freitas
Perpectivas para a safra deste ano, mercado e demanda crescente pressionam o preço
O famoso pretinho, aquele que quase nenhum brasileiro dispensa, está mais caro e, neste ano, terá uma tendência de alta. O preço do café — bebida rejeitada apenas por 6% da população —, subiu entre 1,42% a 15,45%, dependendo da marca avaliada, em pouco mais de um mês  nos super e hipermercados de Curitiba. Os números do Disque-Economia, serviço de pesquisa de preços da Secretaria Municipal de Abastecimento, apontam a evolução do preço de cinco marcas e da mais barata encontrada no varejo nos dias 26 de janeiro e 2 de março.

A alta, que não acompanhou a remuneração do produtor no período, se deve a entressafra, mercado e ciclo da colheita. Segundo os dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), no mesmo período analisado, o preço da saca de 60 quilos de café, bebida dura tipo 6, no campo, recuou 7,6%. Passou de R$ 248, em janeiro, para R$ 229, em fevereiro deste ano.

A agrônoma Margoreth Demarchi, responsável pelo acompanhamento da conjuntura do Café da Seab, lembra que, como a cafeicultura alterna safra cheias (ciclos de produção alternados entre o máximo e um mínimo), neste ano há uma tendência de que os preços apresentem uma melhora para o produtor, uma vez que a produção deve ser menor. “A safra do ano passado foi cheia”, lembra. O Paraná produziu 2,250 milhões de sacas de café e a previsão para este ano é de uma colheita de 1,860 milhão de sacas.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), projeta para este ano um cenário no qual cerca de 52% da produção tenha de ser direcionada para suprir a demanda do mercado interno, pressionando os estoques e, consequentemente os preços.
O consultor e analista do mercado de café, Gil Carlos Barabach, da Safras& Mercado, explica o descompasso de preços como o tempo de transferência entre os valores pagos no campo e no varejo, chamado pelo mercado de GAP — terminologia em inglês que significa lacuna ou diferencial.  “Sempre que há um reajuste de preços na matéria-prima há um GAP até a ponta, ou seja, um tempo para que ele chegue às gôndolas”, observa.

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