(Bloomberg) — Os preços do café robusta do Brasil atingiram uma alta recorde depois que a seca limitou a produção doméstica neste ano e gerou um temor de que a produção encolha novamente em 2016.
O preço no estado do Espírito Santo, maior produtor de robusta do Brasil, subiu 0,9 por cento, para R$ 378,33 (US$ 102) por cada saca de 60 quilos, na quinta-feira, segundo o Cepea, braço de pesquisa da Universidade de São Paulo. É o nível mais elevado do registro, iniciado em 2001.
A situação nas principais áreas de cultivo de robusta do país é um “desastre”, disse Ernesto Alvarez, CEO da trader Coex Coffee International Inc., com sede em Miami, em entrevista. A seca prolongada, principalmente no Espírito Santo e em algumas regiões dos estados da Bahia e de Minas Gerais, provavelmente reduzirá a safra que começa no segundo trimestre de 2016 em 30 por cento a 50 por cento, segundo a Coex, que citou três agrônomos da empresa que visitaram recentemente as principais áreas de cultivo.
Leia a notícia na íntegra no site UOL-Economia.
Fonte: UOL-Economia
20/11/15
(Bloomberg) — Os preços do café robusta do Brasil atingiram uma alta recorde depois que a seca limitou a produção doméstica neste ano e gerou um temor de que a produção encolha novamente em 2016.
O preço no estado do Espírito Santo, maior produtor de robusta do Brasil, subiu 0,9 por cento, para R$ 378,33 (US$ 102) por cada saca de 60 quilos, na quinta-feira, segundo o Cepea, braço de pesquisa da Universidade de São Paulo. É o nível mais elevado do registro, iniciado em 2001.
A situação nas principais áreas de cultivo de robusta do país é um “desastre”, disse Ernesto Alvarez, CEO da trader Coex Coffee International Inc., com sede em Miami, em entrevista. A seca prolongada, principalmente no Espírito Santo e em algumas regiões dos estados da Bahia e de Minas Gerais, provavelmente reduzirá a safra que começa no segundo trimestre de 2016 em 30 por cento a 50 por cento, segundo a Coex, que citou três agrônomos da empresa que visitaram recentemente as principais áreas de cultivo.
“A demanda pelo robusta é muito forte tanto dos compradores do exterior quando dos compradores internos do Brasil, por isso os preços elevados”, disse Alvarez. Some a isso a queda esperada na produção doméstica “e temos uma situação muito restrita que está forçando os compradores internos” a optarem pelos grãos arábica, disse ele.
O Brasil é o segundo maior produtor de robusta, atrás apenas do Vietnã, que exportou uma quantidade menor da variedade neste ano. Os grãos robusta normalmente são usados no café instantâneo. Mesmo convertendo os preços brasileiros em dólares, ajustando-se assim à desvalorização do real durante a maior parte de 2015, esses números ainda estão mais elevados em relação ao fim de julho.
Economizar água
O robusta negociado na ICE Futures Europe, enquanto isso, caiu neste ano, fechando na quarta-feira no nível mínimo dos últimos dois anos, empurrado para baixo pelos substanciais estoques globais e pelos volumes de exportação brasileiros mais elevados. O robusta para entrega em janeiro subiu 3,7 por cento e parou em US$ 1.563 por tonelada em Londres.
Edimilson Calegari, gerente-geral da cooperativa cafeeira Cooabriel, maior produtora de robusta do Brasil, disse no mês passado que a seca limitará novamente a produção de 2016 porque, além da falta de umidade, o governo do Espírito Santo restringiu a irrigação para economizar água para o consumo humano.
No período de dois meses até 13 de novembro, a maior parte das áreas de cultivo do robusta no Brasil recebeu uma quantidade de chuva 80 por cento inferior aos níveis normais e em algumas regiões não choveu nada, segundo a Speedwell Weather, com sede em Charleston, na Carolina do Sul, EUA.
A produção de café no Brasil foi de 42,15 milhões de sacas em 2015, segundo o governo. Desse total, 10,9 milhões de sacas foram de robusta, contra 11,3 milhões em 2014.
As exportações brasileiras de robusta subiram para 3,77 milhões de sacas de janeiro a outubro, 48 por cento a mais que no ano anterior, mostram dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o Cecafé. Os produtores do Brasil têm sido ajudados no mercado internacional pela fragilidade do real.