Na esteira dos ganhos registrados nos futuros de Nova York, o café atingiu nesta semana o maior valor em dólares no mercado interno brasileiro desde abril de 1998. Na bolsa americana, o segundo contrato do grão fechou ontem com queda de 0,19%, cotado a US$ 157,45 centavos por libra/peso. Segundo fontes do mercado, esse fator está estimulando as exportações do país, um dos maiores em produção e exportação no mundo.
O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor alcançou 167,41 dólares por saca de 60 quilos na terça-feira (posto na cidade de São Paulo), maior nível em quase dez anos. Segundo Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, “o que deve ser lembrado é de que os preços em dólar foram recordes devido à queda do câmbio nos últimos meses”. Ele explica que a commodity já havia sido cotada a preços mais elevados no mercado interno.
De acordo com levantamento da Safras & Mercado, entre janeiro e junho de 2005 o preço médio ficou cotado entre R$ 290 e R$ 340 a saca de 60 kg o bebida dura, tipo 6, arábica. Atualmente o mesmo tipo do grão é cotado em Minas um patamar mais baixo ao de 2005: entre R$ 285 e R$ 288 a saca de 60 kg.
Os preços futuros têm sido sustentados também por pesadas compras de fundos e especuladores nos últimos dias, caem nesta quarta-feira em um movimento de realização de lucro, num dia em que o dólar está forte frente a outras moedas, disseram traders, situação que normalmente estimula vendas nos futuros.
O Cepea ainda prevê um mercado firme até pelo menos o início da colheita da safra brasileira (2008/09), em abril. Com os preços altos, os descontos sobre os futuros de Nova York estão favoráveis aos compradores. “A novidade é que, com o mercado alto, os diferenciais estão muito bons para compradores. A exportação do Brasil no período será grande comparada com anos passados”, afirmou Sérgio Takehara, da Coimex