O café e o açúcar já estão com as cotações em crescimento, de acordo com o técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e professor da Universidade Federal do Paraná, Eugênio Stefanelo. No ano passado, Cuba e os países europeus, produtores de açúcar de beterraba, tiveram problemas de produção, o que reduziu os estoques mundiais de açúcar. A entrada em 2006 com estoques menores, aliada à demanda em crescimento, deve impulsionar o aumento dos preços. A estimativa da Organização Internacional do Açúcar é que a demanda deste ano seja dois milhões de toneladas superior à produção.
O café também deve manter a tendência de alta de preços registrada em 2005. As previsões da Organização Internacional do Café indicam produção mundial entre 118 milhões de sacas e 122 milhões de sacas para um consumo de 118 milhões de sacas. O possível saldo, de quatro milhões de sacas, não deve ser suficiente para manter os preços estáveis, já que eles já começam a se influenciar pela safra seguinte, que deve ser menor do que a deste ano em função da cultura ser bianual. O consumo mundial de café cresce cerca de 1,5% ao ano.
Davino explica que as compras de produtos como o café é mais volátil ao crescimento da renda mundial, já que ele não é produto de necessidade básica. “Você pode tirá-lo da cesta”, explica. Quando a renda dos países cresce, ele retorna à lista de compras das famílias. “As pessoas tomam café porque gostam”, explica.