Por Lessandro Carvalho / lessandro@safras.com.br
SAFRAS (08) – “Precisamos de políticas que gerem renda à cafeicultura, e não só discutir dívidas.” A afirmação é do vice-presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Jerry Magno Resende, que falou à Agência SAFRAS, quando perguntado da importância do Movimento SOS Cafeicultura, movimento esse que destaca na sua “luta” a busca de uma saída para as dívidas da cafeicultura, entre outras diretrizes. O Movimento é encabeçado pelas lideranças políticas e de entidades do sul de Minas Gerais, mas conta também com partícipes do cerrado mineiro e de outras regiões.
Jerry Magno Resende diz que ele e o Caccer não são contra o Movimento, pelo contrário, são a favor de se “sentar e conversar sobre a situação da cafeicultura com a busca de soluções, e não de se radicalizar, no grito, que não leva a nada”.
“Temos de fornecer ao governo opções. Discordamos de bravatas (referindo-se às duras discussões com manifestos inclusive com narizes de palhaço), temos que elaborar um trabalho sério com propostas e soluções”, defendeu o vice-presidente do Caccer. Resende também é presidente da Coocaccer de Carmo do Paranaíba (Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado).
Para Resende, não se pode colocar toda a culpa no governo. “Não podemos transferir ao governo toda a responsabilidade pela crise. Temos nossa parcela também. E temos de apresentar o quadro atual da produção e soluções que passam por uma política de renda”, reiterou. Para isso, continua, há o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). “E temos de buscar o apoio de lideranças da base do governo, que tenham maior abertura, para negociarmos melhor nossos anseios. E não ir atrás somente de líderes radicais de oposição, porque daí tudo se torna mais difícil”, comentou.
Contrariando a manifestação de algumas pessoas do sul de Minas Gerais, que indicam que o cerrado mineiro não enfrenta problemas, o vice-presidente do Caccer foi taxativo: “O Cerrado também está em crise”, afirmou. No entanto, o Caccer mostra-se disposto a um amplo debate de soluções e alternativas que gerem renda ao produtor, e não a bravatas ou batalhas que colocam as dívidas à frente de uma política de renda. (LC)