Pratini defende o marketing no agronegócio

Por: 21/05/2007 15:05:18 - Diário MS

Henrique de Matos


Centenas de pessoas lotaram no sábado, o auditório do Sindicato Rural de Dourados para acompanhar a palestra “O Agronegócio Brasileiro”, ministrada pelo ex-ministro e atual presidente do Conex/MS (Conselho Extraordinário de Relações Nacionais e Internacionais para o Desenvolvimento Econômico do Estado de MS), Marcus Vinícius Pratini de Moraes.


Durante a palestra, além de abordar temas como a expansão da produção de biocombustíveis a partir de cana-de-açúcar e de cereais alternativos, o problema da aftosa na fronteira e ainda as perspectivas para os agricultores brasileiros, Pratini destacou importância do marketing no agronegócio de Mato Grosso do Sul, como forma de agregar valor a produção do Estado.
“Temos que ir buscar preço para os nossos produtos. O marketing do agronegócio é fundamental para agregar valor à produção de grãos e carne. Os produtos são de primeira qualidade e precisam ser propagados lá fora. Assim a gente consegue melhores preços e aumenta a margem de lucro”, disse.


Pratini disse que falta aos homens do agronegócio brasileiro fortalecer uma cultura empreendedora e citou o exemplo da Europa que consegue vender até água mineral no Brasil como sinônimo de sofisticação.


“Como é que no país do Pantanal as pessoas pagam caro por uma garrafa de água, e não consegue vender a nossa carne, que é produzida com o melhor capim e tratamento ao gado?”, questionou durante palestra.


Pratini também criticou a política cambial adotada pelo governo federal diante da desvalorização do dólar. “Não adianta recorde de produção se o preço do produção está tão baixa que não dá condições nem do produtor pagar as contas no final do mês. O agronegócio brasileiro está empobrecendo”, falou.


PECUÁRIA



O ex-ministro também ressaltou um cenário favorável para o mercado da carne de MS, após a retomada do status de área livre de febre aftosa. “Nossa carne é a melhor do mundo. Com a reabertura do mercado internacional, a pecuária dará um novo salto no Estado. E a gente vai trabalhar para promover a abertura do mercado”, disse Pratini.
Diante do quadro que se apresenta, o grande desafio, para o ex-ministro, é uma mudança de rota na política econômica do governo Lula, além da própria política para o setor do agronegócio no Brasil e no cenário internacional. “Temos distorções” disse, citando como exemplo o caso da Alemanha que figura como o segundo maior exportador de café do mundo, sem produzir um só pé. O café é comprado in-natura no Brasil e outros países e em solo alemão passa pela industrialização, agregando valores aos produtos.
Segundo o palestrante, dentro desse panorama, o que se tem internamente acaba resultando num acúmulo constante de dívidas por parte dos produtores. “Há um empobrecimento claro no campo”, reconheceu, defendendo uma maior agressividade na comercialização. “Precisamos ser mais agressivos no mercado externo”, uma vez que “não estamos negociando bem”, contatou.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.