PR: chuvas causam prejuízos a cafeicultores em Santo Antônio da Platina

Santo Antônio da Platina/PR – Com as mãos já machucadas e os olhos tristes o produtor Ilton Essenfelder Hintz vê a situação que estão seus pés de café. Com as chuvas abundantes que não dão trégua desde junho, a perda na colheita na região de Santo Antônio da Platina já supera 60% da produção esperada para este ano.

“Nestes 41 anos já enfrentei geada, ferrugem e outras situações, mas sempre conseguimos produzir bem. Afetar a produção é a primeira vez”, enfatiza Ilton. Ele tem 250 mil pés e estima que conseguiu colher somente 30% de café aproveitável.

Para o Presidente da Comissão de café da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e diretor do Sindicato dos Produtores Rurais de Santo Antônio da Platina, Guilherme Lange Goulart, muitos produtores não conseguiram colher nem metade de suas lavouras. Estão obtendo um café de baixa qualidade, além do sabor da bebida estar comprometida.

Neste ano entre os meses de junho e setembro foram aproximadamente 568 mililitros de chuvas, acima do dobro da média dos últimos cinco anos no mesmo período, ou seja, 260 mililitros. Diferentemente dos 14 dias de chuvas, neste ano chegou a 36 dias, deixando a colheita bem mais difícil para os produtores.

Os produtores estão vendendo o saco de café entre R$ 170 e R$ 195, preço muito abaixo dos praticados em anos anteriores. “A situação está insuportável, pois estamos tendo prejuízos nas colheitas e as vendas não está conseguindo suprir”, revela Guilherme Goulart.

Além de enfrentar a grande quantidade de água, os cafeicultores também enfrentaram outro problema na safra que foi dois meses de seca entre fevereiro e abril deste ano. Isto afetou os grãos que ficaram pequenos e de baixa qualidade que serão colhidos apenas com a ajuda do tempo.

O diretor do Sindicato Rural também explica que a soma do valor dos insumos, adubos, diesel, serviço e outros componentes está em um nível nuca visto. “Com estes componentes o nível da produção está alto e se torna uma equação de difícil solução para os cafeicultores”, finaliza Guilherme Goulart.