Portos investem ainda mais para ampliar a movimentação

Por: DCI

Os estudos de viabilidade do projeto Barnabé Bagres – conjunto de empreendimentos que praticamente duplicará a capacidade de movimentação nas docas santistas, somando mais 54 berços de atracação – indicam que caminho deve seguir o maior porto do País, em Santos (SP), até o final deste ano, com a consolidação das novas obras previstas. Também será traçada, ainda em 2009, uma linha de como deve ocorrer a reestruturação administrativa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), além de um possível lançamento de ações da empresa no mercado.


“São dois processos que correm em paralelo e independem um do outro”, afirmou, ao DCI, o engenheiro José Roberto Correia Serra, diretor presidente da Codesp, ao revelar que sua administração trabalha para encontrar soluções em relação às dívidas da companhia e estuda os passivos. Serra contou que também deve ser enxugada toda a estrutura administrativa da empresa, com a realização de um concurso público, aliado à novos planos de carreira e salários. Ele confirmou devem ser reavaliados os contratos de arrendamento e a política de tarifas portuárias. “Queremos uma empresa de economia mista, enxuta e eficiente”, avaliou.


Em relação aos projetos para a região de Barnabé Bagres, o executivo diz que as áreas serão licitadas a partir das demandas mais urgentes, como a instalação de um terminal de granéis sólidos. Serra crê que a avaliação dos estudos de viabilidade, hoje realizados por três empresas independentemente, mais a conclusão de outro levantamento feito atualmente em parceria com Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), vai gerar uma mescla interessante na definição das as estratégias e linhas definitivas para o esboço das licitações para o projeto, com o objetivo de que as primeiras concorrências possam ocorrer em 2010. Anteriormente, um escopo de Barnabé Bagres, que elevaria a capacidade de movimentação de Santos em mais 120 milhões de toneladas por ano, dobrando os atuais 110 milhões, revia aportes totais de R$ 680 milhões para a viabilização do projeto, mas o presidente da Codesp prefere aguardar uma melhor avaliação para calcular cifras. Hoje, a Codesp tem em andamento audiências públicas que discutem a elaboração de uma licitação para implantar um novo terminal para granéis sólidos, do lado do Guarujá, em uma área de aproximadamente 47 mil metros quadrados, parte da qual abrangia anteriormente um terminal até então arrendado à Cargill. Concorrência Atentas aos projetos de expansão, que podem evoluir caso sejam definidas as diretrizes desenvolvimento do Porto de Santos, quatro empresas estão envolvidas independentemente da realização de estudos de viabilidade para Barnabé Bagres. A primeira a manifestar interesse no processo foi a Santos Brasil, seguida pela concorrente Libra Terminais. Mas a Triunfo Participações e Investimentos (TPI), proprietária do Porto de Navegantes (Portonave), foi a terceira a entrar no páreo. A Triunfo é dona de uma área com 2 milhões de metros quadrados entre Barnabé e Bagres, margem esquerda do porto, adquirida a cerca de R$ 70 milhões. A empresa comentou que “analisa alternativas e desenvolve estudos de viabilidade para definir o tipo de negócio que prevê no local”. Já a TPI não informou o prazo em que indicará o que fará na área, mas indicou tratar-se de uma das prioridades de negócio da corporação. “Estamos concentrados no desenvolvimento de projetos como a área de Santos e a concessão da Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto.” A Santos Brasil terá R$ 200 milhões para a construção do Terminal 4 e crê que a área seja incorporada ao complexo do Terminal de Contêineres de Santos (Tecon), entrando em atividade neste trimestre. Sobre o novo projeto para o porto santista, a empresa se limitou a dizer que está “bem encaminhado”. Para o diretor de Operações da Santos Brasil, Antônio Carlos Sepúlveda, a data-limite de entrega dos trabalhos é setembro e “a empresa cumprirá o prazo”. Segundo a corporação, a participação no processo é importante, por estar no contexto de Santos, que “precisa de um porto competitivo a longo prazo”. Com relação à empresa Libra Terminais, que atualmente está desenvolvendo um projeto de R$ 97 milhões para aumentar sua capacidade de movimentação de contêineres na Codesp, a empresa pretende apresentar um estudo de ampliação do porto, mas, contatada pela reportagem, não forneceu informações.
 

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