A queda da produção de café de Porto Rico por falta de ajudas públicas e de mão-de-obra para coleta levou a perdas de cerca de US$ 25 milhões na safra passada.
O porta-voz do setor cafeeiro da Associação de Agricultores de Porto Rico, William Mattei, disse que a falta de ajudas e de trabalhadores se somaram às persistentes chuvas que caíram durante os meses de agosto, setembro e outubro. Ele ressaltou que, em 2010, foram produzidas em Porto Rico somente 3.600 toneladas de café, quando a quantidade necessária para satisfazer a demanda interna é de, no mínimo, 13.600 toneladas.
Mattei disse que para recuperar a produção de café, produto que Porto Rico chegou a exportar até os anos sessenta, os agricultores precisam de ajudas governamentais que seriam de US$ 15 milhões anualmente. Ele disse que o apoio solicitado ao Executivo inclui ajudas para novos programas de cultivo de sementes e para a aquisição de fertilizantes.
\”A alternativa para o Governo é de investir em nossa indústria ou em outro país, que é o que ocorreria se recorresse à importação\”.
Mattei disse que o problema do café faz parte de um problema geral que sofre a agricultura do país, abandonadas por sucessivos governos. Além disso, ele disse que outro problema do setor é o do preço final do produto que, em Porto Rico, é mais alto que em outros países competidores, como México ou República Dominicana por causa, principalmente, dos maiores custos laborais da ilha.
O secretário da Agricultura de Porto Rico, Javier Rivera, disse que a produção de café tem caído na ilha desde o furacão \”Georges\” de 1998, queda que se acrescentou especialmente a partir de 2005. Ele disse que o problema tem sua origem nos custos de produção e na falta de mão-de-obra, o que requereria, nesse último caso, a chegada de imigrantes. Ele disse que seu Departamento trabalha em busca de soluções que, para ele, passam por, entre outras medidas, uma busca de nichos de mercado no exterior, através da venda de café fino.
O presidente da Comissão de Agricultura do Senado, Luis Berdiel, apresentou na semana passada uma série de propostas para incentivar e recuperar o setor, entre elas, um subsídio aos agricultores de US$ 1.500 por \”corda\” cultivada.
\”Se o café desaparecer, como ocorreu com a cana-de-açúcar, não sei o que acontecerá com a economia dos 21 municípios cafeeiros. Um ano que não se produzam sementes e cultivos novos se converte em quatro de atraso na indústria do setor, já que uma nova demora quatro anos para alcançar o ponto perfeito de produção\”.
A reportagem é da agência EFE, CaféPoint.