Porto de Santos impulsiona novas empresas

Por: Portos e Navios


Jovens empreendedores da região estão descobrindo no Porto de Santos um novo filão de negócios. Recém-saídos da universidade, eles estão criando soluções para o comércio exterior baseadas em idéias acadêmicas e vendendo-as a firmas instaladas no complexo. A prática só tem sido possível porque a Cidade passou a contar, há quatro anos, com a Incubadora de Empresas de Santos — um ambiente com mecanismos de apoio para lançamento de projetos que geram novas tecnologias, cuja coordenação é feita pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Foi lá que nasceram recentemente quatro empresas especializadas em gestão da informação — uma ferramenta valiosa para aumentar a produtividade, como alguns empresários do cais vêm comprovando.


O resultado dessa iniciativa poderia ser visto sob vários ângulos. Mas um deles é especialmente relevante. Diz respeito à relação porto-cidade e prova que quando a geração de conhecimento local vem acompanhada da oportunidade de aplicá-lo nesse ambiente, os talentos não mais precisam deixar suas casas em busca ‘‘dos melhores trabalhos’’. Cai um mito.

O coordenador da Incubadora de Santos, Santiago Carbalho, lembra que há quatro anos a entidade era ‘‘uma ilustre desconhecida’’. Apesar de hoje abranger um leque variado de negócios (turismo e design, por exemplo), até então nenhum ‘‘incubado’’ havia tentado desenvolver produtos voltados ao comércio exterior com o viés portuário.


‘‘O setor de logística e transportes é um mercado de díficil penetração. É extremamente tradicional’’, explicou Carbalho. Ainda mais para empresários de primeira-viagem, que não tinham qualquer experiência para atuar num mercado exigente e, muitas vezes, impiedoso como esse. Coube à Technolog Soluções de Softwares romper o estigma.


Informação


Há três anos o vicentino Anderson Brazão, formado em Ciências da Computação pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), teve sua idéia aprovada e encampada pela Incubadora. Tratava-se de criar um software que possibilitasse o controle das operações em pátios de contêineres e facilitasse a interface com os órgãos intervenientes no processo de liberação de cargas — Alfândega, por exemplo.


A idéia era poder ter um controle maior sobre a carga e evitar perdas com armazenagem. Olhando em retrospecto, Brazão diz que foi difícil convencer os seus hoje clientes. O modus operandi era bater na porta das firmas e oferecer o produto. A primeira a encampar a oferta foi a Transbasa, com um terminal de 53 mil metros quadrados no bairro do Jabaquara, capaz de armazenar 5 mil contêineres.


‘‘Foi feita uma parceria de credibilidade. A gente aceitou o desafio, porque vimos que o que nos foi mostrado tinha escopo’’, explicou o gerente de operações da Transbasa, Álvaro Rabelo.


O sistema desenvolvido por Brazão avisa antecipadamente, por meio da emissão de sinais, quando está vencendo o prazo de entrega de um contêiner. Segundo ele, algumas firmas que vieram a adotar o programa tinham prejuízos por perderem a data de entrega dos cofres. Ou seja, acabavam tendo de pagar o chamado demourrage (multa diária que o terminal entrega ao armador quando excede o tempo de aluguel do contêiner). Com a implantação do software, há dados de que em alguns terminais a produtividade aumentou 30% e o custo com o demourrage caiu até 45%.


Além disso, o sistema consegue, afirmou Brazão, buscar e fazer comparações dos preços de máquinas disponíveis no mercado, na eventualidade de a empresa querer um novo equipamento. O benefício é claro. De posse dos dados, a firma pode fazer uma proposta mais competitiva de compra.


Que deu certo dá para perceber. Depois da Transbasa, a Technolog — em menos de um ano de vida — já desenvolveu ou terminou de consolidar softwares para Transjofer, Integral e Grupo Marselha, para citar alguns. (Fonte: A Tribuna (Santos)/Fernanda Pires)

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