Publicação: 09/06/06
As áreas que o porto de Santos procura para atender à crescente demanda de cargas, especialmente conteinerizadas, estão concentradas no município de Guarujá, que junto com Cubatão formam o terminal santista. Do total de quase um milhão de metros quadrados, referentes a três áreas que a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) planeja incorporar ao porto, cerca de 620 mil metros quadrados estão na margem esquerda do porto, no Guarujá. Uma terceira área também lindeira ao estuário, de 400 mil metros quadrados, está em Santos.
A revelação feita ontem pelo diretor comercial da Codesp, Fabrízio Pierdomenico, foi seguida de outra, por Mauro Scazufca, representante da prefeitura de Guarujá, segundo o qual, a cidade prepara uma área de quatro milhões de metros quadrados para instalação de atividades retroportuárias. Segundo Scazufca, no local já estão instaladas três empresas, mesmo sem a definição final de sua vocação. “A área está no novo Plano Diretor do Porto, que vai para a Câmara nos próximos 60 dias e integra os projetos do município com recursos do Banco Mundial. Estamos reservando R$ 1 milhão para os estudos da área retroportuária.”
A inserção de Guarujá nos negócios de armazenagem e transporte deverão avançar ainda mais com a utilização das instalações do aeroporto militar da Aeronáutica, situadas no Distrito de Vicente de Carvalho, a chamada Base Aérea de Santos, que será desativada. Conforme Scazufca, a prefeitura de Guarujá negocia com a Aeronáutica, a instalação de um modal de carga no aeroporto, nos moldes em que atuam outras unidades no país, como Cumbica e Guarulhos.
Com o crescimento das operações do porto de Santos, que conta com cerca de 60 terminais de cargas de várias modalidades, também se expandiu a procura de vagas em hotéis para os executivos que neles atuam. A transformação do aeroporto militar em civil, é vista como oportunidade para sua utilização por aeronaves particulares, ou mesmo a criação de linhas comerciais.
Ao fazer projeções sobre a demanda de áreas em Santos e no seu entorno, Pierdomenico projetou cenários em que, na base de crescimento de 5% ao ano do movimento de cargas, em 2008 as operações chegariam a 87,3 milhões de toneladas. Se o porto crescer 15% ao ano, o montante ultrapassará a 104 milhões de toneladas no mesmo período. Para o diretor, com base numa expansão média de 8,8% na movimentação de contêineres, em 2008 Santos estará perto de três milhões de TEUs (sigla em inglês para contêineres de 20 pés).
As exposições de Pierdomenico e Scazufca foram apresentadas durante o seminário “O porto de Santos e seus acessos”, promovido pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).