Porto de Paranaguá se consolida como maior exportador de grãos

Por: Agência Estadual de Notícias PR








Números do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior comprovam:


O Porto de Paranaguá se firma como o maior exportador de grãos da América Latina. Em 2005, os embarques dos principais grãos – soja e milho, além de farelo – feitos pelo porto paranaense superaram os dos Portos de Santos (SP) e de São Francisco do Sul (SC), importantes escoadores destes produtos. No mesmo ano, Paranaguá exportou 11,3 milhões de toneladas de granéis sólidos, enquanto que Santos movimentou, no mesmo período, 10,4 milhões de toneladas e São Francisco, 3,7 milhões de toneladas.

Desde 2003, as exportações de milho e farelo pelo Porto de Paranaguá vêm sendo superiores em relação aos demais portos brasileiros. Os embarques de farelo, por exemplo, vêm atingindo volumes elevados desde 2003, registrando resultados acima de 5 milhões de toneladas a cada ano, mesmo com a retração do mercado consumidor prejudicado pela gripe aviária. Já em Santos, por exemplo, há três anos, as exportações de farelo variam de 2,6 milhões a 3,8 milhões de toneladas.

O desequilíbrio dos mercados produtor e consumidor de grãos está fazendo com que o Porto de Paranaguá busque novas alternativas comerciais. As exportações de produtos do segmento da “carga geral” – como madeira, cargas frigorificadas, veículos e contêineres – têm recebido especial atenção. Em 2005, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) registrou crescimento de 12% neste segmento em comparação a 2004 e de 61% em relação a 2002.

Veículos – A exportação do veículo Euro Fox é exemplo deste crescimento. Até 2002, a média de embarque de carros era de 42 mil unidades/ano. Em 2005, com o fechamento de contrato com a Volkswagen, a movimentação passou para 107.188 unidades exportadas no ano.

Ainda segundo o porto, o bom desempenho na exportação de carros continua em 2006. Até abril deste ano, já foram exportadas 21.282 veículos. A expectativa é que novos contratos com empresas como a Renault ocorram nesta administração e, desta forma, ampliem ainda mais os volumes movimentados.

Os embarques de veículos mostram como se comporta a produtividade do porto paranaenses neste segmento. A produção mínima exigida (prancha) é de 200 carros/hora, a melhor do Brasil, e faz com que os armadores prefiram o terminal para a movimentação de seus produtos.

Para o diretor de operações da Grimaldi, Miguel Malaguerra, a qualidade da mão-de-obra empregada e a produtividade fazem Paranaguá estar à frente em relação às operações efetuadas anteriormente pela empresa em Santos. “Desde que iniciamos nossas operações com o Euro Fox em Paranaguá obtivemos altos índices de produtividade e de qualidade dos serviços”, afirma.

O diretor ainda destaca: “Valeu e continua valendo a pena exportar veículos pelo Porto de Paranaguá porque há um grande volume de cargas movimentadas, com um índice de avarias muito baixo. Por serem múltiplas, as operações da Grimaldi possibilitam a distribuição dos riscos das atividades e dos custos, trazendo um equilíbrio para as operações da empresa”.

Madeira – A movimentação de produtos florestais também tem impulsionado as operações em Paranaguá. Entre janeiro a março de 2006, o porto foi responsável por 39% de toda a exportação de madeira do País, ultrapassando os portos do Sul e de Santos. “Mas Paranaguá quer mais e, para isso, está buscando a madeira da região de Palmas, onde estão 40% dos laminados produzidos no Brasil”, afirma o superintendente da Appa, Eduardo Requião.

As políticas públicas de incentivo para que a madeira do Paraná e do Brasil saísse por Paranaguá começaram a ser criadas em 2003. Os portos de Santa Catarina oferecem, há mais de 15 anos, benefícios aos interessados em exportar o produto. “Para atrair a exportação de madeira pelo Porto de Paranaguá, passamos a oferecer os mesmos benefícios dos portos catarinenses e criar o Corredor da Madeira”, explica o superintendente.

Produtividade – O crescimento da movimentação de mercadorias e a abertura de novos mercados fazem com que os Portos do Paraná (Paranaguá e Antonina) tenham a maior produtividade por metro de faixa de cais. Mesmo com uma faixa portuária 6 vezes menor que a de Santos, o Porto de Paranaguá movimenta o dobro de toneladas por metro de cais. São 10,7 mil toneladas/metro em Paranaguá, contra 5,5 mil toneladas/metro em Santos, 8,1 mil toneladas/metro em São Francisco do Sul e 3,1 mil toneladas/metro no Porto de Rio Grande.

O número de navios recebidos pelo Porto de Paranaguá também aumenta a cada ano. Só no primeiro trimestre de 2006, o porto recebeu 548 navios, 59 a mais que o registrado no mesmo período de 2005. No total, em 2005, o porto recebeu 2.342 embarcações. Em 2004, foram 2.204 navios; em 2003, 2.265 e, em 2002, foram apenas 2.050 embarcações. O grande número de navios faz com que os Portos de Paranaguá e Antonina atinjam alto índice de ocupação dos berços de atracação.

Para atender a demanda de todo o tipo de cargas, o porto conta com infra-estrutura preparada para dinamizar o fluxo das operações. “Mesmo sem receber investimentos do Governo Federal, a Appa mostra que o modelo de porto público funciona, baseado numa visão pública dos objetivos gerenciais, provando que a eficiência não é uma exclusividade da gestão privada”, declara Eduardo Requião.

Com a retirada da dragagem de Antonina, na administração passada, o Porto ficou com algumas limitações de calado. Mesmo assim, o Terminal Privado Ponta do Félix, um dos mais modernos terminais frigorificados da América do Sul, localizado em Antonina, quebrou um recorde nacional, no último mês, com a média de embarque de 100,55 toneladas/hora.


Receita cambial chega a US$ 9,1 bilhões em 2005

O valor agregado das operações vem contribuindo para que a receita cambial do Porto de Paranaguá tenha um crescimento importante em comparação ao demais portos do Sul. Entre os portos desta região, os do Paraná são os que mais contribuem para a Receita Cambial brasileira, com US$ 9,1 bilhões. Nem mesmo a soma dos três portos catarinenses (Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul), US$ 7,8 bilhões, supera o volume gerado pelos terminais paranaenses.

Na comparação com o Porto de Rio Grande (RS) ocorre a mesma vantagem. Enquanto os portos do Paraná superam US$ 9 bilhões, o terminal gaúcho registrou US$ 7,1 bilhões. “A receita cambial recorde gerada pelos portos paranaenses é resultado de uma série de fatores, como logística moderna aliada à qualidade dos serviços prestados, à credibilidade conquistada e ao valor agregado dos produtos”, analisa Eduardo Requião.

O incremento das operações, afirma ainda o superintendente, é resultado também do resgate da credibilidade dos portos do Paraná. Com medidas técnico-operacionais rígidas e transparentes, a superintendência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina mostrou que é possível mudar a imagem de um porto, antes conhecido nos mercados nacional e internacional pela falta de qualidade de seus produtos e serviços, transformando-o numa referência em segurança e credibilidade.

Desde o início da atual gestão, em 2003, a superintendência da autarquia conseguiu zerar as mais de duas mil reclamações recebidas só em 2002 sobre a baixa qualidade dos produtos e a diferença do peso das cargas. O superintendente confirma a meta de manter o Porto de Paranaguá entre os terminais mais seguros e confiáveis do mundo. “Tolerância zero para quem tentar burlar nosso sistema de classificação de produtos. Aqui não há espaço para quem quer usar o Porto de Paranaguá como ponto de passagem de produtos sem qualidade sem procedência garantida”, salienta Eduardo Requião.

Fontes utilizadas na matéria:
APPA – Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina
SECEX – MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio

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