O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento–MAPA prorrogou por um ano, a contar do dia 15 de janeiro, o prazo de vigência da emergência fitossanitária relativa ao risco de surto de lagarta Helicoverpa armigera no estado do Mato Grosso.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 23 de dezembro, através da Portaria de número 273, de 21 de dezembro de 2016. O estado de emergência permite aos produtores adotar medidas excepcionais de supressão à praga, com acesso legal a produtos como o benzoato de emamectina, que ainda não está definitivamente liberado para o uso no Brasil.
“Essa é uma ótima notícia para os cotonicultores do estado do Mato Grosso, o maior produtor de algodão do país. Agora precisamos que o benzoato seja definitivamente liberado, pois ele é um dos produtos que se mostrou mais eficaz no combate dessa lagarta. A morosidade na liberação traz riscos econômicos, sociais e ambientais. Só a legalidade garante o controle”, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues.
O benzoato combate tanto a helicoverpa, como outras variedades do complexo de lagartas, como a espodóptera e a lagarta-da-maçã. Para o diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas, o estado de emergência é uma necessidade. “A helicoverpa está presente em nossas lavouras. Na safra passada, em função do clima seco, a pressão foi menor. O benzoato é uma ferramenta muito importante para combatê-la, e só podemos utilizá-lo na condição do estado de emergência”, afirmou.
A helicoverpa, além de voraz, ataca indistintamente um amplo leque de culturas agrícolas. Seu recente advento pegou desprevenidos os produtores e a indústria de químicos, trazendo sérios prejuízos ao agronegócio brasileiro. De acordo com o coordenador de Projetos e Difusão Tecnológica do Instituto Matogrossense do Algodão–IMA, Márcio Souza, a introdução do benzoato de emamectina no plano de supressão ajuda evitar que a praga crie resistência aos produtos que hoje estão disponíveis no mercado, uma vez que o seu modo de ação é diferente. “Ao introduzi-lo no mix de controle, ajudamos a prolongar a vida útil dos inseticidas. Precisamos de mais agilidade na liberação de novas moléculas. A morosidade nos prejudica”, disse.