Maio 2012 – A SINCAL apresenta algumas sugestões para o Plano Plurianual do Café 2012/2015. Essa proposta foi encaminhada para autoridades do governo e representantes do café como forma de combater práticas inadequadas que impactam os cafeicultores. Acompanhem:
1) Utilização do Funcafé unicamente para regulagem de fluxo e abandonar as verbas para colheita e custeios. Atualmente existem verbas de RO sobrando nos agentes financeiros a juros de 6,75% ao ano para custeio e colheita. A regulagem do fluxo via recibo de depósito/warrant nas cooperativas, comerciantes, armazéns gerais, exportadores e torrefação interna.
2) Passarmos nossos contratos de cafés naturais e lavados para a Bolsa de Chicago, CME( chicago mercantil exchange). Nova York só representa os lavados. Nossos cafés naturais não tem referencial de preços na NYBOT. CME é sócia da BM&FBovespa.
3) Desonerar nossa bolsa, BM&FBovespa, dos encargos tributários nos contratos relativos de café, tributos como IOF e IR colocando a nossa bolsa em condições de igualdade com as outras bolsas internacionais. Isso é de suma importância pois, os traders poderão vender lá e comprar aqui e vice versa. Hoje nossa BM&F está travada perante as concorrentes. Com isso precificaremos o Café no Brasil.
4) Maior representatividade do setor produtivo no CDPC que atualmente manipulam as verbas do Funcafé arrastando-as para a indústria, exportadores e outros em detrimento ao cafeicultor que foi o principal gerador do Funcafé.
5) Rotulagem do café em nível nacional constando as porcentagens de robusta e arábica em cada marca comercial dando ao consumidor a opção de escolher a melhor bebida. Com isso abriremos um grande leque para as marcas comerciais de cafés de qualidades às cooperativas/cafeicultores regionalmente. Atualmente os bons cafés estão totalmente deslocados do mercado dado aos preços baixíssimos dos torados e moídos nos supermercados e outros p.v.
6) Regulamentar o café para as torrefações com um padrão mínimo de qualidade evitando e excesso de p.v.a.( que poderá ir para o solúvel ou descartar como resíduo). Exemplo no mínimo café tipo oito.
7) Registro de exportações com prazos e preços determinados (como faz a Colômbia e Centrais) e acabar com as sucessivas rolagens a perder de prazo e eliminar com os contratos de gaveta.
8) Fiscalização oficial rigorosa nos containers destinados às exportações para verificações dos conteúdos dos cafés tanto do tipo quanto a bebida estipulados nos documentos de exportações com a utilização de contratos de ACC ou exportações com parâmetros normais. Deverá ser emitido um laudo oficial especificando o conteúdo do container.
9) Marketing internacional do café brasileiro enfocando o café natural que é muito superior em diversos aspectos que os lavados.
10) Propaganda na Copa do Mundo , Olímpiadas, Fórmula 1, do café brasileiro que está esquecido internacionalmente.
11) Acertar uma modalidade de continuar com a bolsa família sem impedir o registro dos bolsistas. Temos 11.000.000 de bolsistas totalmente no ostracismo impedidos de ser registrados e trabalhar nas colheitas e tratos culturais sazonais na cafeicultura. Com isso a mão de obra sumiu e a cafeicultura está padecendo com os altos custos de mão de obra em decorrência a essa política incoerente do bolsa família.
12) Só aceitar o draw back se os países exportadores para o Brasil garantirem as mesmas leis ambientais, sociais e fitossanitária do Brasil. Será um total contra senso importar cafés oriundos de países que utilizam mão de obra infantil e mesmo adulta sem os devidos calços sociais como os exigidos internamente no Brasil. Além desse aspecto não aceitar a simples importação de café sem um detalhamento técnico das reais necessidades ( ver artigo publicado na semana passada no seite da SINCAL).
13) Impor a pesquisa , como Embrapa e outros ensaios e pesquisas laboratoriais mostrando a diferença do lavado colombiano , centrais e outros perante o nosso café natural com ênfase a todos os aspectos organolépticos e também capacidade de armazenamento pois, os lavados duram no máximo 1(um) ano e o naturais décadas.
14) Fazer um planejamento estratégico para a cafeicultura sempre levando em conta prazos de 10 anos e revisados anualmente com ações e estratégias definidas de acordo com os ambientes econômicos, produção , consumo e estoques estratégicos para as eventualidades das intempéries climáticas. Planejamento estratégico em cima de números reais de área plantada, produção, consumo, estoque e outros.
15) Previsões de safras, estoques e consumo com firmas renomadas e de credibilidade internacional como KPMG entre outras. Previsões da CONAB desacreditam sem critérios de credibilidade internacional.
16) Fortalecimento e recursos para entidades que queiram realmente lutar pela cafeicultura como a SINCAL.
17) Os contratos de exportações deverão serem com preços e prazos de embarques determinados como exemplo 90 dias. Não poderemos mais suportar esses contratos de gaveta que ficam sujeitos a cancelamentos e prorrogações de acordo com os interesses das partes vendedoras e compradoras. É perceptível que a modalidade de exportação de café está totalmente solta e sem nenhuma regra prevalecendo unicamente as especulações em detrimento à pátria e aos cafeicultores. Nos cancelamentos dos contratos de exportações deverão ocorrerem multas e, substituídos por novos contratos nos preços de bolsas do dia.
18) Para as estocagens de cafés com recursos do Funcafé ou outras modalidades deverão ser financiados os volumes que os cafeicultores desejarem, sem cota por CPF. O sistema de cota por CPF só tem por finalidade limitar o volume financiado e deixar os cafeicultores nas `wp_posts`garras `wp_posts` das cooperativas e traders. Além disso deverão constar no financiamento de estocagem o recibo de depósito e warrants para profissionalizarmos essa sistemática e evitarem as substituições dos cafés.
Sincal – Armando Matielli
Presidente Executivo