Relatório das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta quarta-feira (dia 12), revela que oPIB (Produto Interno Bruto) cesce 5,4% e chega a R$ 2,6 trilhões em 2007. O relatório diz que a taxa resultou da elevação de 4,8% do valor adicionado a preços básicos e de 9,1% nos impostos sobre produtos. O PIB per capita 2 cresceu 4,0% em termos reais, em relação a 2006, atingindo R$ 13.515,00.
O resultado do valor adicionado decorreu do desempenho da agropecuária (5,3%), indústria (4,9%) e serviços (4,7%). O crescimento da agropecuária deveu-se principalmente à lavoura, com destaque positivo para trigo (62,3%), algodão herbáceo (33,5%), milho em grão (20,9%), cana (13,2%) e soja (11,1%). Os produtos em queda foram café em grão (-16,7%), arroz em casca (-3,7%) e feijão (-4,4%).
Dentre os subsetores da indústria, a maior alta foi a da indústria da transformação (5,1%), seguida pela construção civil e por eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, cada um deles com crescimento de 5,0%. A indústria extrativa registrou elevação de 3,0%. As maiores elevações nos serviços foram nos subsetores intermediação financeira e seguros (13,0%), serviços de informação (8,0%) e comércio (7,6%). Também cresceram transporte, armazenagem e correio (4,8%), serviços imobiliários e aluguel (3,5%), outros serviços (2,3%), administração, saúde e educação pública (0,9%).
Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias teve alta (6,5%) pelo quarto ano consecutivo, favorecida pela elevação de 3,6% da massa salarial 3 dos trabalhadores, em termos reais, e pelo acréscimo nominal de 28,8% no saldo de operações de crédito do sistema financeiro 4 com recursos livres para as pessoas físicas. A despesa do consumo da administração pública cresceu 3,1%, e a formação bruta de capital fixo (FBCF, o mesmo que investimento) também registrou crescimento, de 13,4%, a maior taxa anual desde o início da série, em 1996.
No setor externo, as exportações apresentaram alta de 6,6%, e as importações tiveram elevação de 20,7%. Desde 2006, o crescimento das exportações é inferior ao das importações. Do terceiro para o quarto trimestre de 2007, PIB cresceu 1,6%. No quarto trimestre de 2007, o PIB cresceu 1,6%, na comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano, na série com ajuste sazonal. Os serviços registraram o maior crescimento (1,6%), seguidos pela indústria (1,4%).
Por outro lado, a agropecuária teve queda (-0,3%). Sob a ótica da demanda interna, destacou-se o crescimento do consumo das famílias (3,7%). A formação bruta de capital fixo teve alta de 3,4%, após cinco trimestres consecutivos crescendo; já a despesa de consumo da administração pública não apresentou variação. Pelo lado do setor externo, as exportações apresentaram crescimento de 2,6%. Já as importações cresceram em um ritmo mais elevado (5,6%), pelo 17º trimestre consecutivo, nessa base de comparação.
Na comparação com o mesmo período de 2006, o PIB a preços de mercado cresceu 6,2% no quarto trimestre de 2007. O valor adicionado apresentou aumento de 5,3%; e os impostos, de 11,6%, principalmente em razão do desempenho das importações, que provocaram um aumento no volume do Imposto sobre Importação. Dentre os setores que contribuem para o valor adicionado, destacou-se a agropecuária (8,6%), seguida pelos serviços (5,3%) e pela indústria (4,3%). Na atividade industrial, o destaque foi eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com 6,5% de aumento, explicado principalmente pelo consumo residencial de energia elétrica.
No setor de serviços, sobressaíram-se intermediação financeira e seguros (20,0%), serviços de informação (8,9%), comércio atacadista e varejista (8,4%), transporte, armazenagem e correio (4,9%) e serviços imobiliários e aluguel (2,4%). Dentre os componentes da demanda interna, o maior destaque foi o crescimento de 16,0% da formação bruta de capital fixo, explicado principalmente pelo aumento da produção e da importação de máquinas e equipamentos.
O consumo das famílias alcançou a taxa positiva de 8,6% no quarto trimestre de 2007, em relação ao mesmo período de 2006, 17º crescimento consecutivo nessa comparação. Já a despesa de consumo da administração pública registrou alta de 2,2% no quarto trimestre de 2007, na comparação com o mesmo período de 2006. Pelo lado do setor externo, as exportações mantiveram-se em crescimento, com taxa de 6,4% no período. As importações também apresentaram mais uma vez elevação nessa comparação, da ordem de 23,4%, 17º crescimento seguido, desde o quarto trimestre de 2003.
Em 2007, o PIB a preços de mercado alcançou R$ 2,558 trilhões, sendo R$ 2,190 triilhões referentes ao valor adicionado e R$ 367,9 bilhões, aos impostos sobre produtos. Os principais valores, em 2006 e em 2007, estão na tabela abaixo. No resultado do ano, a necessidade de financiamento alcançou R$ 4,5 bilhões, contra uma capacidade de financiamento de R$ 20,8 bilhões em 2006, redução explicada principalmente pela diminuição do saldo externo de bens e serviços, no montante de R$ 29,0 bilhões, e pela redução de R$ 5,1 bilhões na renda líquida de propriedade enviada ao resto do mundo. A renda nacional bruta atingiu R$ 2,5 trilhões em 2007, contra R$ 2,3 trilhões em 2006. Já a poupança bruta atingiu R$ 453,0 bilhões, contra R$ 412,8 bilhões no ano anterior.