PIB brasileiro cai 1,2% no terceiro trimestre do ano
Rio de Janeiro, 30 nov (EFE).- O Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro caiu 1,2% no terceiro trimestre do ano em comparação ao
segundo, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O PIB reflete o total das riquezas produzidas no país.
Em relação ao terceiro trimestre de 2004, o PIB cresceu apenas
1%, e há sinais claros de que o ritmo da economia está começa a
desacelerar, segundo se observa do boletim trimestral de indicadores
do IBGE.
Nos três primeiros trimestres do ano, o PIB acumulou um
crescimento de 2,6% em relação aos primeiros nove meses de 2004.
No acumulado de quatro trimestres, a taxa cresceu 3,1% em
comparação aos quatro trimestres anteriores. Este número está
próximo do 3,5% de crescimento projetado pelo Governo e analistas
privados para todo o ano de 2005.
Segundo o relatório do IBGE, no terceiro trimestre houve uma
forte queda no indicador de Formação Bruta de Capital Fixo, que caiu
0,9% em comparação ao aumento de 4,7% no segundo trimestre.
O indicador reflete, entre outros, a intenção dos setores
produtivos de investir em máquinas e equipamentos úteis para
aumentar a oferta de bens disponíveis no mercado.
O consumo do governo também apresentou resultado negativo, com
uma queda de 0,4% em relação ao segundo trimestre.
O consumo das famílias teve uma discreta variação positiva de
0,8%, e as exportações de bens e serviços cresceram 1,8%, nos dois
casos em comparação ao segundo trimestre.
Em relação ao terceiro trimestre de 2004, os resultados em geral
apresentam uma tendência levemente positiva, com crescimento geral
do PIB de 1%.
Entre os dois períodos, o setor de serviços cresceu 1,5% e a
indústria, 0,4%. A agropecuária, motor da economia brasileira, caiu
1,9%, arrastada por menores colheitas em produtos-chave como trigo,
café, laranja e soja.
No setor industrial, a extração de minerais cresceu 10,3%, o que
permitiu, em parte, compensar as perdas em outros segmentos da
economia, como a construção civil, que caiu 1,9%, e a indústria de
transformação, com queda de 0,9%.
O setor de serviços foi o que teve melhor desempenho, com taxas
positivas em todos os setores. O maior crescimento foi no setor de
transportes (3,2%) e no comércio a varejo (2,3%).
A demanda externa sustentou grande parte do crescimento obtido no
terceiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2004. As
exportações de bens e serviços cresceram 12,3%, e as importações
aumentaram 9,4%.