O complexo de fungos Phoma/Ascochyta volta a atacar as lavouras de café, facilitado pela umidade, com a retomada das chuvas, agora em setembro/outubro.
J.B. Matiello e S.R. de Almeida – Engs Agrs Fundação Procafé
O ataque
ocorre em 3 partes dos cafeeiros – na folhagem, na ramagem e no sistema floral.
Na folhagem a Phoma provoca lesões nas folhas mais novas e a Ascochyta em folhas
mais velhas, especialmente no lado da linha de cafeeiros voltado para o poente,
favorecendo a queda das folhas.
Na ramagem o ataque tem inicio pela
entrada dos fungos a partir da abertura provocada pela queda das folhas, no
local onde havia a inserção do pecíolo no ramo, aí alastrando e secando a parte
nova do ramo, os últimos 4-5 nós terminais.
Na parte floral o ataque se
dá no pedúnculo das gemas florais, a partir dos botões, depois nas flores e,
especialmente, dos frutos chumbinhos.
Os prejuízos ocorrem pela queda de
folhas, pela seca de ramos e pela morte/seca de botões, flores e frutinhos,
deixando as rosetas com menor numero de frutos, diminuindo, assim, a
produtividade.
As condições favoráveis à evolução da doença são a
umidade, por chuvas finas, ventos e queda de temperatura, abertura por ação de
lagartas, granizo etc, excesso de adubação nitrogenada e lavouras fechadas ou
com plantas muito altas, que promovem sombra e umidade na lavoura. Assim,
regiões ou épocas ou lavouras onde predominam essas condições têm o ataque
aumentado, e, ali, o controle é prioritário.
A proteção é indicada com o
uso de fungicidas do grupo das carboxamidas (Boscalid – Cantus a 160-200 ml/ha)
, de combinações de Tebuconazole mais estrobilurinas (Nativo a 1,0 – 1,5 L/ha,
Azimut a 0,75 L/ha) ou Priori Top (Azoxistrobina + Difenoconazole a 0,4-0,5
L/ha) ou Iprodione (Rovral a 0,6 – 1,0 L/ha) ou doses elevadas de estrobilurinas
(Comet, Amistar etc). O ideal são 3 pulverizações no período de jul/ago a
dezembro, no entanto o mais comum são 2 aplicações, na pré e pós-florada,
priorizando as lavouras de carga alta.