Peter Rodenbeck agora ataca com Starbucks

26 de maio de 2006 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: Gazeta Mercantil

26 de Maio de 2006 – Para degustar um de seus cafés preferidos, o “caramel macchiato”, da rede de cafeterias americana Starbucks, a empresária Maria Luísa Rodenbeck precisava pegar um avião até um dos 37 países onde a rede atua. Não vai precisar mais. “Beber um caramel macchiato no Brasil será um luxo, um verdadeiro privilégio para mim”, disse.

Junto com o marido, o empresário Peter Rodenbeck, o casal se associou à Starbucks Corporation e ao grupo mexicano Alsea S.A. para trazer uma das mais baladas cafeterias ao Brasil.

A primeira loja, que será construída em no máximo 12 meses, será em São Paulo. Embora o investimento não tenha sido divulgado, estima-se que a primeira unidade não saia por menos de R$ 1 milhão. “Estamos na etapa de planejamento estratégico. Dependendo do desempenho da operação de São Paulo, vamos expandir o negócio”, disse Maria Luísa.

Para os americanos, a expansão na América Latina faz sentido, já que a rede, dona de 11 mil lojas, pretende atingir 30 mil unidades nos próximos anos; metade delas fora dos EUA.

Mas há quem duvide do êxito de uma cafeteria que pretende cobrar até US$ 5 por um copo de café em um País que apenas recentemente conheceu o aroma e sabor dos melhores grãos.

A vinda da Starbucks não assusta a brasileira Fran’s Café, afirma Cláudia Aveleira, gerente de expansão para stations e customização da rede. “O Fran’s é bem estruturado. Sabemos da qualidade e do potencial deles, mas temos o nosso público.” Em sua opinião, a entrada de uma nova rede vai ser positiva, pois ajuda a estimular o hábito da população de freqüentar cafés.

“O grande fator de sucesso da Starbucks no Brasil é o Peter Rodenbeck”, acredita fonte do setor. “Veja o caso da rede australiana de restaurantes Outback, que ele trouxe recentemente para o Brasil. O preço é caro, mas as lojas estão sempre lotadas”.

É difícil imaginar desafio grande o suficiente para o americano Peter Rodenbeck, que aos 61 anos escalou o Monte Aconcágua (Argentina) e ainda pratica alpinismo na Serra de Itaipava (RJ), nos finais de semana.

Ex-executivo do Citibank, ele largou o setor financeiro no final dos anos 70 para abrir a primeira loja do McDonald’s no Brasil. Nos anos 90 ele revendeu os direitos para o McDonald’s e, com o dinheiro que ganhou, poderia dedicar o tempo livre ao iatismo, outra de suas paixões, ou ao trabalho voluntário que desenvolve com crianças com câncer no Rio de Janeiro. Mas a aposentadoria não estava em seus planos.

“O Peter é um esportista, um competidor por natureza. E deve se manter no mundo dos negócios por quanto tempo agüentar”, diz um executivo que já trabalhou com Rodenbeck.

Maria Luísa diz que a primeira loja Starbucks no Brasil replicará o mesmo modelo de negócios no resto do mundo. “Inicialmente vamos trazer as mesmas bebidas, formato de atendimento e produtos. Mas isso não quer dizer que depois as lojas não possam se ‘abrasileirar’”, disse.

Já o café, ao contrário do que muitos possam imaginar, não será necessariamente brasileiro. A empresa deve importar pacotes de grão torrado em uma de suas quatro fábricas nos EUA e Europa. Na prática, importará café do Brasil, que vai industrializar com grãos de outras origens, empacotar e reexportar para cá.

As lojas, a exemplo do que ocorre em outros países, devem se localizar em locais nobres, para as classes A e B. “Os pobres da Europa não tem condição de comprar um Starbucks. Quanto menos os do Brasil”, diz fonte.

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