Objetivo é utilizar rochas abundantes no território brasileiro, com economia de energia e diminuição de impactos ambientais
Do potássio utilizado em fertilizantes na agricultura brasileira, 90% é importado de países como o Canadá.
Pensando em alternativas para a diminuição dessa dependência, há alguns anos pesquisadores de várias instituições do País têm buscado alternativas para obtenção de potássio a partir de minerais contidos em rochas abundantes no Brasil.
Atualmente os estudos com as alternativas para fertilizantes estão sendo conduzidos com recursos dos Fundos Setoriais do Agronegócio e Mineral, do Ministério da Ciência e Tecnologia, e com o envolvimento de mais de 17 instituições de pesquisa como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal da Bahia, Universidade de Brasília (UnB) e mais de dez unidades da Embrapa.
Até o momento, os resultados mais satisfatórios têm sido encontrados na obtenção de potássio através da moagem de rochas silicáticas que contêm o mineral flogopita. A utilização do potássio contido nesse mineral tem despertado cada vez mais interesse porque as metodologias envolvidas requerem pouco investimento em energia. Além disso, no processo produtivo também poderão ser reaproveitados subprodutos de mineração, diminuindo ainda mais os custos e os impactos ambientais.
A expectativa dos pesquisadores é que os processos de obtenção de pó de rocha para fertilizantes sejam dominados por pequenos produtores, estimulando assim setores menores da agricultura.
Desafios
Um dos principais desafios encontrados pelos pesquisadores ao testar o pó extraído das rochas foi a solubilização do potássio quando aplicado no solo na forma de pó de rocha. Para acelerar esse processo foi buscada uma solução na própria natureza. Por meio da utilização de microorganismos dos solos, como fungos e bactérias, os cientistas têm conseguido sucesso na aceleração da biosolubilização do pó de rocha e conseqüente liberação de potássio para o solo e para a planta. As pesquisas atuais têm trabalhado com a utilização de um fungo, mas existe uma lista com mais 10 possibilidades imediatas, dentre inúmeros microorganismos.
“Esses microorganismos são encontrados na natureza, de forma que nosso trabalho está sendo apenas de estimular um processo que é natural”, afirma Maria Leonor Assad, professora do Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental da UFSCar.
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