Pesquisador se surpreende com a qualidade do conillon em São Paulo

18 de fevereiro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Blog do Café

(18/02/2009 09:52)

A assessoria de imprensa do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) informou que a entidade vem desenvolvendo pesquisas para avaliar a viabilidade do cultivo do café conillon no Estado de São Paulo. Ao longo da primeira reunião da Câmara Setorial do Café, o pesquisador do Instituto, Luiz Carlos Fazuoli, afirmou ter ficado surpreso com a qualidade do robusta que está sendo selecionado. Ele ressaltou que o Instituto está fazendo experimentação e campo-piloto, incluindo estudos com condução da lavoura e custos de produção, mas não é possível ainda recomendar o robusta para São Paulo. “É necessário seguir pesquisando”, disse, em texto da assessoria da entidade.


O IAC gerou, em 2008, uma coleção de 300 plantas matrizes, que poderão gerar cultivares clonais de café robusta. Além da adaptação de cultivares, o estudo envolve as áreas de adequado manejo da lavoura, adubação, espaçamento, poda, irrigação, colheita e secagem. De acordo com Fazuoli, o IAC tem vários experimentos e campos de seleção do conillon em Campinas, Mococa, Cássia dos Coqueiros, Pindorama, Herculândia e Adamantina, totalizando 15 hectares em estudo. O pesquisador afirmou que, recentemente, foi instalado um campo-piloto em Matão, em uma área de 10 hectares, com 18 clones de robusta do Espírito Santo e 2 hectares de ensaios, com 45 clones do IAC e 18 clones do Espírito Santo.


Outro campo-piloto está instalado em Adamantina, com 18 clones do Espírito Santo. Há, também, experimentos com 39 clones do IAC e 18 do Espírito Santo em uma área 2 hectares. “O material do IAC tem plantas matrizes, mas não há quantidade suficiente para escala comercial”, comentou Fazuoli. Já os materiais do Espírito Santo, disponíveis em grandes quantidades, ainda não foram experimentados o suficiente em São Paulo para serem indicados em escala comercial.


Ele ressaltou que, em regiões com déficit hídrico, o robusta tem que ser irrigado. A condução da lavoura é outro aspecto delicado desse tipo de café. Os estudos com os custos de produção do conillon caminham para a conclusão. Por hora, sabe-se que o mercado é amplo e tem forte demanda da indústria, que poderia se beneficiar inclusive com a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), já que, desde 1995, o Governo do Estado isenta desse tributo as indústrias de café que compram matéria-prima em São Paulo. Durante a reunião da Câmara Setorial, ontem, um produtor da variedade robusta, no extremo Sul da Bahia, declarou que tem bons rendimentos, apesar de considerar trabalhoso o cultivo, por ser todo manual.

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