O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Antônio Alves Pereira, acaba de ser anunciado como um dos vencedores do Prêmio Frederico de Menezes Veiga. A escolha foi feita nesta quarta-feira (15) pela Comissão de seleção do Prêmio, que está em sua 31ª edição e tem como tema “Melhoramento Genético para o sucesso no Agronegócio”.
O Prêmio Frederico de Menezes Veiga é concedido anualmente pela Embrapa àqueles que, no campo da pesquisa agropecuária, tenham se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor ou dedicado a produzir trabalho que signifique efetiva e marcante contribuição no sentido de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira, especialmente, no tema selecionado para cada ano.
O pesquisador Antônio Alves, mais conhecido entre seus pares por Tonico, participa ativamente de projetos e de ações do Núcleo de Genética e Melhoramento do Cafeeiro do Consórcio desde a sua fundação. A Epamig, instituição onde atua, é uma das fundadoras do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café).
Mestre em Microbiologia Agrícola e doutor em Fitopatologia, ambos pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), o pesquisador é grande colaborador do melhoramento do cafeeiro, com ênfase na resistência a doenças e pragas. Com dedicação exemplar, seus estudos contribuíram para o lançamento de doze cultivares de café, oito delas sob sua coordenação. Pesquisador da Epamig desde 1975, Tonico desenvolve suas pesquisas no Centro Tecnológico da Zona da Mata (CTZM), onde é coordenador do programa de melhoramento do cafeeiro, e na Universidade Federal de Viçosa, onde interage com ampla rede de colaboradores. Atualmente coordena quatro projetos de pesquisa, sendo dois deles pertencentes ao Programa Nacional de Pesquisa em Café, coordenado pela Embrapa Café, onde é líder do projeto Melhoramento Genético Visando Resistência Múltiplas a Pragas, Doenças e Nematóides. Também participa, como membro, de seis projetos de importância para a cafeicultura nacional, vinculados a outras fontes financiadoras.
No aprimoramento de novas cultivares, Tonico destaca-se pela dedicação na fase de validação e avaliação de materiais nas principais regiões produtoras do Estado, com áreas experimentais em todas as fazendas da Epamig e alto rigor nos critérios científicos e tecnológicos. A motivação para o desenvolvimento de cultivares com resistência a doenças e pragas está na busca por uma atividade mais sustentável, possibilitando ao cafeicultor a menor utilização de defensivos, redução de custos e aumento da competitividade.
O Banco Ativo de Germoplasma de Café, instalado na Fazenda Experimental de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, MG, tem a coordenação do pesquisador. O projeto, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), representa o reservatório de variabilidade genética natural, potencial e indispensável para os programas de melhoramento das espécies cultivadas. Constitui uma coleção ex situ de recursos genéticos do gênero Coffea coletados em instituições públicas, empresas privadas e em lavouras particulares nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo.
O pesquisador tem seu nome em mais de 215 publicações científicas e trabalhos técnicos, entre eles, 14 capítulos de livros e 32 artigos completos em periódicos. Tonico também contagia a nova geração de pesquisadores, tendo orientado cinco teses de mestrado e quatro de doutorado. Também participou de 49 bancas examinadoras de mestrado e doutorado. Um legado que, além de resultar em homenagens merecedoras, deve ser seguido por todos os profissionais que se dedicam ao agronegócio café brasileiro.
Além de Antônio Alves, também receberá o prêmio o pesquisador da Embrapa Meio Norte, Francisco Rodrigues Freire Filho, que realizou pesquisa com feijão-caupi. Dentre as variedades desenvolvidas por Francisco, destaca-se a BRS Guariba, que teve grande aceitação dos produtores, com mais de 100 mil hectares cultivados. Por apresentar ciclo curto, cerca de 60 dias, é recomendável para áreas com problemas de precipitação.
Neste ano, foram inscritos no Prêmio Frederico de Menezes Veiga dezessete pesquisadores da Embrapa e treze de instituições de pesquisa agropecuária. Entre os pontos que foram levados em conta na seleção, destaca-se o desenvolvimento de cultivares e a adoção delas pelo agronegócio. Além disso, foi observada, ainda, a contribuição dos pesquisadores na formação de outros profissionais da área, o trabalho desempenhado em rede e a produção científica.
Os agraciados receberão uma peça de arte simbólica, um diploma e uma premiação em dinheiro no valor bruto de R$ 98.440,10. A entrega do Prêmio será feita dia 29 de abril, em Brasília, durante as comemorações do aniversário da Embrapa.
Jurema Iara Campos (MTb 1.300/DF)
Com informações de Cibele Aguiar e Juliana Freire
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