fonte: Cepea

Pesquisador acha incompreensível agricultura ter regredido no Estado de São Paulo

16 de fevereiro de 2011 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

BRASIL
16/02/2011 
  
Do Rio


Apesar do bom resultado apresentado pelo interior do Estado do Rio na pesquisa de Indicadores de Desenvolvimento Econômico e Social da FGV Projetos, seu coordenador, Fernando Blumenschein, critica a regressão da agricultura do Estado do Rio, normalmente desenvolvida pelo interior, em contraste com a evolução da produção brasileira. O valor real da produção agrícola do Estado somou R$ 750 milhões em 1997 e caiu 18%, para R$ 615 milhões, em 2008. No Brasil, houve um crescimento de 114% no período. \”Isso num período em que os produtos agrícolas se valorizaram\”, explica o professor da FGV.


\”É incompreensível esse resultado. Temos terras aptas à agricultura, com bons níveis de fertilidade, topografia favorável, principalmente no norte e noroeste do Estado do Rio e boas condições pluviométricas porque chove o ano todo\”, critica Blumenschein. \”São Paulo transformou o café em outras culturas. Aqui, depois do café, tivemos um pouco de cana e depois mais nada. Você anda pelas estradas e vê milhares de hectares vazios.\” Hoje, o setor agropecuário representa menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.


Outro setor em que o Estado do Rio ainda precisa evoluir é a educação. Apesar da taxa de analfabetismo ser uma das menores do país, 3,97% em 2009, diante de 9,7% da média nacional e a escolaridade média ser maior que a média nacional (enquanto no país o número de anos de estudo da população é de 6,13 anos, no Rio ele chega a 7,06 anos), há uma redução significativa do número de matrículas no ensino médio.


Blumenschein conta que essa redução é um fenômeno nacional, mas que no Rio, ela se dá de forma diferente. No Brasil esse número vem caindo de forma constante desde 1997, quando o número de matrículas era de 235 mil e agora está em 118 mil. Já no Estado, o número de matrículas do ensino médio, que era de 290 mil em 1997, chegou a 615 mil em 2004 e caiu para 460 mil em 2009.


Para Blumenschein, três fatores influenciam essa queda: \”O crescimento da economia e da empregabilidade pode estar levando muitos alunos a sair da escola para trabalhar. Também pode estar havendo uma mudança do perfil demográfico. Ou ainda, o problema da qualidade do ensino básico, devido à aprovação automática, pode ter levado muitos a desistir da educação.\” Segundo ele, será necessário um estudo mais aprofundado para detalhar as causas. (PM)

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