Pesquisa: “Tendências do Consumo de Café no Brasil”

1 de dezembro de 2008 | Sem comentários Consumo Torrefação

Pesquisa: “Tendências do Consumo de Café no Brasil”
 



De acordo com a sexta edição da pesquisa “Tendências do Consumo de Café no Brasil”, realizada pela TNS Interscience, o percentual de brasileiros que consumiam café (de alguma forma e freqüência variada), cresceu de 91% para 97% este ano. O destaque da pesquisa ficou por conta do crescimento do número de consumidores jovens e das classes menos favorecidas da população – C e D. Houve ainda notável crescimento no consumo entre as pessoas acima dos 36 anos.


Ivani Rossi, da TNS Interscience, mostrou um aumento na penetração de café na população como um todo, exceto nas cidades rurais. Destacou justamente o aumento da penetração do café entre os jovens, o que é uma boa notícia para os industriais e para a cadeia café, já que demonstra um rejuvenescimento da base de consumidores, em uma sociedade que vai vivendo mais, ficando “mais velha”. Em 2007, 84% dos jovens de 15 a 19 anos bebiam café, e o percentual cresceu para 94% na pesquisa deste ano.


Rossi destacou a importância da presença crescente do café entre as classes C (que representa 42,6% dos brasileiros – renda familiar desde R$ 726,00 até R$ 2.011,00) e D (representa 25,3% da população – renda de R$ 484,00 a R$ 725,00). Na classe C, o consumo subiu de 90% em 2007 para 96% em 2008. Já na classe D, houve aumento de 95% em 2007 para 98% este ano. Tais dados são importantíssimos, já que estas classes representam juntas mais de dois terços da população.


A classe C, segmento mais numeroso, deve ser olhada com carinho pela indústria do café. Ivani Rossi disse que esta é uma fatia com chances de ampliação do consumo, o que pode ser alcançado com a melhoria da qualidade. Também é importante passar a estes consumidores as informações dos benefícios à saúde do café, tirando a idéia de que a bebida faz mal.


Apesar de todos os investimentos e trabalhos de marketing em torno de café e saúde, esse item voltou a andar contra o café no último ano, segundo a pesquisa. Em 2007, os pesquisados que apontavam como razão para pensar em reduzir o consumo de café “porque ele é prejudicial à saúde” chegavam a 47%. Já em 2008 o número subiu para 51%. “É preciso que se quebre esse preconceito contra o café”, alertou Ivani Rossi. “Os esforços feitos pelo Programa Café e Saúde são perceptíveis, mas devem continuar mostrando os benefícios saudáveis ao consumidor”, apontou a pesquisa.


Um indicativo favorável foi o crescimento do consumo de café “fora dos lares”, em todas as classes. O consumo de expresso e capuccino é destacado para essa ampliação. Ivani Rossi nas conclusões da pesquisa ressaltou que este é um mercado aberto a lançamentos e inovações em termos de tipos de produto, tipos de embalagens, formas de preparo e forma de consumo.


Veja abaixo a indicação de ameaças e oportunidades para a indústria de café abordadas na pesquisa da TNS Interscience, como sugestões do que pode ser feito e o que não deve ser feito e deve se observar com cuidado visando o incremento do consumo:


Diferenciais:


• Posicionar o café como um alimento, presente na vida dos consumidores desde criança, fragilizando a posição dos achocolatados;


• Posicionar como uma bebida saudável (fundamentação do Programa Café e Saúde), que reúne, desperta, anima e é companhia quando se está só;


• Posicionar como um momento de grande prazer.


Fraquezas:


• Permitir a permanência de achocolatados na alimentação diária;


• Não ocupação intensa de espaços como o food service;


• Ainda permanece a associação de que faz mal à saúde, pelos consumidores.


Ameaças:


• Ser um mercado muito maduro, exigindo constantes inovações;


• Ser contaminado pela atual crise econômica;


• Ter concorrentes que usam fortemente a mídia (exemplo – achocolatados);


• O movimento de saudabilidade que vem ganhando importância e assim privilegiando sucos naturais, à base de soja, água de coco.


Oportunidades:


• Agilidade na introdução de novidades em embalagens, produtos, na diversificação da oferta;


• Oferecer café de melhor qualidade e boa relação custo x benefício, principalmente para a classe C;


• Reforçar ou estimular a volta do hábito de café com leite entre as crianças, no café da manhã.


A matéria, de Lessandro Carvalho, foi publicada na Agência Safras,

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