Pesquisa revela como economicidade e sustentabilidade influenciam na intenção de compra de café

O consumo de café tem se alterado com os anos, cada vez mais o consumidor tem se preocupado não apenas com as características sensoriais como, aroma e sabor no momento da compra.

Buscando compreender as preferências dos consumidores e entender a aceitação ou rejeição de determinados produtos e de incentivar a criação de um “marketing sensorial”, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa realizaram um estudo com 841 consumidores de café, que responderam a um questionário online.

Dois fatores influenciam a decisão de compra, economicidade e sustentabilidade, o que resultou em quatro grupos de consumidores, sendo, os que buscam economia; os que se preocupam com a qualidade e pureza do café; os fiéis à marca do produto; e os que prezam pela conveniência.

Grupo 1 – consumidores que são fiéis à marca do produto

Para o grupo 1, maior grupo formado, com 238 consumidores de café, em que 58% dos participantes são do gênero feminino; 34% estão na faixa etária de 18 a 27 anos; e 66% residem na região Sudeste e 64% desse grupo é da classe social B. O atributo considerado mais importante foi a marca.

Os atributos considerados menos importantes são: para 44%, o café ter uma embalagem reciclável; e, para 30%, não conter agrotóxicos.

Grupo 2 – consumidores que buscam economia

O grupo 2 contou com 225 consumidores, dos quais 71% são do gênero feminino, 35% estão na faixa etária entre 28 a 37 anos, 69% residem na região Sudeste, e 51% pertencem à classe social B.

Para o grupo 2, os atributos considerados importantes, no momento da compra do café, são marca, validade e preço. Entretanto, o atributo considerado menos importante, relatado por 13%, foi o fato de o produto ter uma embalagem reciclável.

Grupo 3 – consumidores que se preocupam com a qualidade e pureza do café

O grupo 3, com 222 pessoas, compôs-se dos seguintes tipos de consumidores: 39% do gênero masculino; 28% estão na faixa etária de 28 a 37 anos; 65% residem na região Sudeste; e 68% apresentam faixa salarial de R$ 5.300,00 a R$ 15.999,00, classificada como da classe social B.

O interesse do consumidor por questões ambientais e por produtos que estejam relacionados à saúde (o que já é bem difundido), além da busca por produtos que não contenham agentes químicos e não agridam o meio ambiente, são fatores importantes.

Grupo 4 – consumidores que prezam pela conveniência

O grupo 4 possui 156 consumidores de café, o que corresponde ao menor agrupamento forma- do, composto de: 55% de participantes do gênero feminino; 36% de consumidores na faixa etária de 28 a 37 anos; e 67% residentes na região Sudeste. Com relação à renda, 59% dos participantes do grupo 4 são da classe social B, seguidos por 29% da classe social C.

Os atributos considerados mais importantes foram a marca, a disponibilidade no local de venda e a validade. No entanto, 46% consideram que o atributo menos importante é o fato de o produto não conter agrotóxicos, e 47% consideram o atributo menos importante o fato de um produto ser premium.

O comportamento dos consumidores que prezam por conveniência, disponibilidade e acessibilidade foi modificado por sua rotina de trabalho e tempo no trânsito e, assim, esses consumidores optam por produtos e serviços que facilitem e se ajustem à rotina

Dessa forma o estudo comprovou que as características não sensoriais tornam possível a criação de fatores que influenciam a intenção de compra, e de que os consumidores podem ser agrupados de acordo com os atributos avaliados no momento da compra, assim auxiliando na criação de um “marketing sensorial”.

Para acessar a íntegra do estudo clique no link: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1158686/1/Economicidade-sustentabilidade-influenciam-2023.pdf