Pesquisa quer descobrir espécies de café que se adaptam em cada região para diminuir perdas por pragas e aumentar a produtividade

Há seis anos, pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desenvolvem estudo em 17 propriedades para testar a produtividade e qualidade do fruto de café.

9 de setembro de 2024 | Sem comentários Mais Café Produção

Por G1

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está testando dez novas variedades de café arábica para aumentar a produtividade e reduzir as perdas causadas por ataque de pragas.

A ideia é realizar o experimento com produtores das regiões Norte, Noroeste e Sul do Espírito Santo para saber quais cultivares se adaptam melhor em cada região.

As etapas da pesquisa ocorrem ao longo do ano. O município de Venda Nova do Imigrante foi um dos primeiros a participar do experimento.

Dos 700 produtores de café da cidade, pelo menos 150 já adotaram novas espécies do café arábica e seguem orientações do instituto.

Muitos agricultores já conseguem perceber melhorias no fruto que são colhidos. Além disso, perceberam durante o cultivo que as espécies estão mais resistentes a pragas.

Fabiano Avancini faz parte da quarta geração da família de produtores de café na cidade. Ele resolveu participar da pesquisa justamente para apostar na inovação em sua lavoura.

Há seis anos, os pesquisadores do Incaper desenvolvem o projeto na propriedade do Fabiano e em outras 16 no estado. Os resultados finais devem sair em outubro deste ano. Mas os produtores já contam que têm sentido diferenças no manejo e colheita.

Estudo do Incpaer para testar novas variedades do café é feito em 17 propriedades no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Estudo do Incpaer para testar novas variedades do café é feito em 17 propriedades no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A pesquisa consiste no plantio de dez variedades de café arábica em diferentes condições para analisar o desempenho e a produtividade de cada uma delas.

Segundo ele, os produtores se queixaram, por exemplo, da necessidade de terem cultivares que tenham ciclos de manutenção diferenciados, da mesma forma que o conilon é hoje.

“Nós não temos a melhor cultivar, nós temos cultivares que vão se adaptar ao sistema do produtor, adequado a sua altitude, a sua mão de obra e a sua estrutura da propriedade”, completou.

De acordo com o Incaper, uma das maiores dificuldades para os produtores com essa novidade seria a mão de obra de colheita.

Por isso, o projeto permite que o produtor possa escolher a maturação do fruto, o que faz com que ele possa plantar até três variedades: tardia, precoce e média.

“Nesse projeto, ele pode escolher e plantar três variedades diferentes na propriedade. Ele pode começar a colher no mês de abril e finalizar essa colheita em outubro. Então, ele tem aí uma longevidade onde ele otimiza a mão de obra na agricultura familiar e também os equipamentos pós-colheita”, relatou o extensionista do Incaper, Evaldo de Paula.

Produtividade em dobro

Novas variedades de café foram enviadas para ver como o fruto se adaptaria nas regiões, Norte, Sul e Noroeste do Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Novas variedades de café foram enviadas para ver como o fruto se adaptaria nas regiões, Norte, Sul e Noroeste do Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O principal objetivo dos pesquisadores é trabalhar com a renovação das lavouras cafeeiras no estado.

Segundo os pesquisadores, a maior área plantada de café do estado ainda é de Catuaí. Mas a variedade é muito suscetível a doenças, como a ferrugem. Por isso, muitos produtores já estão mudando e plantando outras variedades.

Produtores do Espírito Santo conseguiram perceber que as novas variedades de café aumentam a produtividade nas lavouras — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Produtores do Espírito Santo conseguiram perceber que as novas variedades de café aumentam a produtividade nas lavouras — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Por enquanto, o resultado ao analisar a produtividades dos cultivares plantados em Venda Nova do Imigrante em quatro safras mostrou uma média de 55 sacas por hectare, o que corresponde a duas vezes a média do estado.

“Os novos materiais vêm com esse grande objetivo, aumento da produtividade das lavouras de café. É para dobrar a produtividade do estado todo, fazendo o simples, o básico. O produtor tem condição de fazer isso renovando suas lavouras”, afirmou o pesquisador.

O produtor Fabiano já começou esse trabalho na propriedade e até divide o conhecimento com outros colegas.

Resultado final da pesquisa sobre novas variedades de café arábica deve sair em outubro de 2024. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Resultado final da pesquisa sobre novas variedades de café arábica deve sair em outubro de 2024. — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A ajuda também vem em grupo. Na propriedade do Fabiano acontece o “Dia de Campo”, um evento que faz parte do projeto e é usado para que pesquisadores apresentem o desempenho de cada variedade. Além disso, técnicas são repassadas e os produtores recebem suporte e atenção.

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