Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a pesquisa tem o objetivo de criar uma base de dados para auxiliar os produtores mineiros em suas plantações.
Responsável pelo cultivo de aproximadamente 50% do café tipo exportação, Minas Gerais é o maior produtor do fruto no Brasil. Pensando em melhorar a qualidade da produção, pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), vem desenvolvendo um projeto que busca orientar os produtores mineiros no plantio de cafés especiais.
Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), a pesquisa tem o objetivo de criar uma base de dados para auxiliar os produtores mineiros em suas plantações. “A gestão da informação e do conhecimento é um recurso valioso para a sociedade e para o setor cafeeiro, e neste projeto integraremos uma Base de Dados Relacional.
Nela, são inseridos dados relativos aos atributos físicos, químicos e sensoriais de cafés das quatro regiões do Estado de Minas Gerais. A maioria dos dados foi e está sendo obtida pela análise de cafés do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas, organizado pela Emater, em parceria com a UFLA”, explica a pesquisadora Rosemary Gualberto, coordenadora do projeto Cafés Especiais do Estado de Minas Gerais: criação de base de dados integrada.
O objetivo da base de dados compartilhada é orientar os cafeicultores mineiros na produção dos grãos tipo especial, que possuem maior qualidade e maior valor de mercado. São considerados cafés especiais aqueles com atributos de sabor e aroma excepcionais, também conhecidos como cafés gourmet. Eles originam bebidas muito aromáticas e equilibradas, como fala Gualberto, “Café especial é o café que possui elevada qualidade quanto aos aspectos físicos, químicos, sensoriais e higiênico-sanitários dos grãos. Além desses atributos, atualmente, os aspectos ambientais, sociais e a segurança estão associados à denominação de especialidade, por isso as certificações e garantias quanto à origem são quesitos valorizados em maior ou menor intensidade nos mercados diferenciados” disse.
Hoje, aproximadamente 80% do café produzido em Minas Gerais são oriundos de empresas cafeeiras de pequeno porte, que não tem condições de investir em grandes estudos. Assim, ações conjuntas de ensino, pesquisa e extensão como esta, tem contribuído para a melhoria da qualidade do café produzido no Estado.Os resultados têm servido de incentivo para os cafeicultores, como explica Gualberto: “A divulgação dos resultados aos produtores estimulam e incentivam a melhoria contínua nas práticas agrícolas e pós-colheita, resultando em cafés com melhor qualidade e preço. No meio científico, nossas publicações consolidam e valorizam os cafés do nosso Estado, no Brasil e em âmbito internacional”, afirma.
O desafio inicial do projeto era trabalhar com investigações de metodologias objetivas e diferenciadas para avaliação de qualidade que unem várias áreas do conhecimento. Agora, como destacado pela pesquisadora, “o desafio será a implementação, disponibilização e atualização contínua da base de dados, uma vez que será necessário viabilizar recursos humanos qualificados para sua efetivação”, ressalta.
A pesquisa com cafés especiais e a busca de novos métodos objetivos para avaliação da qualidade do café teve início há aproximadamente 20 anos. Neste período, várias ações foram executadas a partir da identificação das demandas junto aos setores de produção, comercialização, industrialização e consumo.
O projeto Cafés Especiais do Estado de Minas Gerais: criação de base de dados integrada, apoiado pela Fapemig foi iniciado em 2009, também com o apoio do Polo de Excelência do Café, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), Agência de Inovação do Café (InovaCafé/UFLA), Emater/MG, Epamig, CNPq, Capes e Embrapa/Café.
Texto: Assessoria de Comunicação da Fapemig