29/05/2009 – Pesquisa realizada por técnicos da multinacional suíça Nestlé aponta que cerca de 90% dos clones que compõem as variedades do café conillon cultivado no Espírito Santo são considerados de qualidade superior. Ou seja, o café produzido por esses clones é bem aceito pela indústria e pelos mercados mundiais.
Esse é o resultado da pesquisa de cinco anos desenvolvida pela Nestlé, em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Os pesquisadores analisaram 56 amostras dos grãos das plantas clonais que compõem as seis variedades de conillon produzidas pelo instituto.
Os resultados detalhados do levantamento serão divulgados no próximo dia 3 de junho, dentro da programação do VI Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que será realizado no Centro de Convenções de Vitória, no período de 2 a 5 deste mês. O diretor do Centre de Recherche et Développement Nestlé, Charles Lambot, um dos participantes do evento, divulgará a pesquisa.
Segundo o coordenador do Programa Estadual de Café, Romário Gava Ferrão, as informações preliminares do estudo desenvolvido pela Nestlé elevam o potencial do agronegócio capixaba. Os pesquisadores deram nota de 1 a 5 para as amostras. A notícia é muito positiva para os cafeicultores locais porque, além de manter o espaço já conquistado no mercado, a novidade abre oportunidades de negócios, explica Ferrão.
A Nestlé, não custa lembrar, é a maior compradora de conillon no mundo. E o Espírito Santo responde por 75% da produção brasileira de conillon.
Inovação científica, competitividade, mudanças climáticas, eficiência na nutrição do cafezal, oportunidades e riscos para o agronegócio café, mercados interno e externo, e certificações e programas de sustentabilidade são os principais temas que estarão em debate no simpósio. O evento reunirá cerca de mil participantes, entre pesquisadores, técnicos, professores, estudantes, lideranças de associações e cooperativas, empresários e produtores agrícolas.
O simpósio “é o maior evento de ciência e tecnologia de café no mundo”, destaca o presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo.