A história do mercado mundial de café é marcada pela sucessão de períodos de escassez de oferta, motivados em geral por problemas climáticos como seca e geadas, quando os preços disparam, e por períodos de superoferta, em resposta à elevação de preços. A superoferta em geral é seguida por longos períodos de preços baixos.
O Brasil já deteve 80% do mercado internacional e utilizou seu poder de monopólio para manter artificialmente os preços em alta no mercado internacional. Com isso custeava sua industrialização com as receitas cambiais da exportação do produto. Foi bem-sucedido nessa política, mas o preço monopolista criou o surgimento de competidores no mercado de café por todo mundo ao longo dos últimos 50 anos. Hoje, o País detém apenas 30% da produção mundial.
Para isso, a programação do 8º Agrocafé – Simpósio Nacional do Agronegócio café, apresentou o tema: “As Tendências do Mercado Mundial de café”, em um painel coordenado pelo Superintendente de Mercado Exterior da Cooxupé, Joaquim Líbano Ribeiro Leite, com palestras de Celso Luis Rodrigues Vegro, Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Sérgio Tristão da Tristão Cia Comércio Exterior Ltda; e Jair Coser, da Unicafé.
O grande desafio tem sido convencer os produtores brasileiros de que a queda de preços deve ser respondida com mais investimentos na condução das lavouras, a fim de reduzir o custo de produção via aumento da produtividade e da qualidade da bebida. Os lucros virão com o aumento da escala de produção nas fazendas e com margens menores nas exportações.
Para Coser, da Unicafé, o café é uma cultura rentável para todo país, mas é vítima de uma política econômica errada. “Falo sem medo de errar, plantar café é e sempre será um grande negócio”, diz.
Vegro afirmou que o cenário das exportações é bastante promissor. “Podemos perceber que fundamentos para o agronegócio café são muito favoráveis pelo lado da oferta, principalmente para as duas próximas safras 2007/2008, 2008/2009 muito otimistas para boas cotações do produto, mas é claro que só vão ganhar dinheiro os cafeicultores que possuem boas gestões de custos e que investem em tecnologia agronômica, que conseqüentemente respondem com produtividade”, comenta.
O economista diz ainda que após estas duas safras, a tendência é de um cenário mais moderado de cotações e ofertas, com um maior equilíbrio. “Então o momento inicial em que a oferta somada aos estoques não contemplam as necessidades mundiais e um período posterior onde já volta para um cenário mais equilibrado e conseqüentemente preços mais nivelados dentro da media história”.
Vegro afirma ainda que para a cafeicultura brasileira a tendência é bastante positiva do ponto de vista dos cafeicultores. “Os preços serão favoráveis, mas não a ponto de estimular nossos competidores internacionais”, adianta.