Perspectiva Semanal Café : Fundos comprados podem pressionar Nova York Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) mostraram boa sustentação na semana passada, mas os fundos de investimento comprados podem pressionar as cotações.
Na semana passada, curta por causa de feriado de Dia da Independência nos Estados Unidos, os contratos sinalizaram vulnerabilidade. Na terça-feira, volta do feriado, o mercado chegou a marcar mínima de 156,85 cents, abaixo do suporte de 160 cents, base setembro.
O ambiente externo, de incertezas sobre o futuro da economia global, que reduziu o apetite por risco, contribuiu para pressionar os preços. No entanto, imediatamente, na sessão seguinte, Nova York voltou a subir forte, anulando as perdas do pregão anterior. Na sexta-feira, os contratos chegaram a marcar máxima de 167,20 cents.
Analistas informam, porém, que fundos de investimento estão defendendo posição comprada, sustentando os preços. O elevado saldo comprado, porém, pode limitar ganhos. Pior: o mercado torna-se frágil a uma forte queda, caso esses participantes decidam liquidar posição.
Os fundamentos, entretanto, sinalizam firmeza para os preços. O Escritório Carvalhaes, tradicional corretora de Santos (SP), informa em seu boletim semanal que a colheita da safra brasileira de café 2010/2011 agora avança com rapidez e se aproxima da metade.
Conforme Carvalhaes, com estoques mundiais baixos, consumo em alta e produção com números bem próximos do consumo atual, o mercado internacional de café não pode nem pensar em um problema climático mais sério em uma região produtora importante.
A nova safra brasileira apesar de grande é suficiente apenas para as necessidades de embarque e consumo. Pouco café desta safra ficará como excedente para o próximo ano, quando o Brasil terá uma safra de ciclo baixo. \”O equilíbrio precário entre produção mundial e consumo não se resolverá em curto prazo. A queda dia após dia dos estoques certificados na ICE em Nova Iorque, apesar de suas cotações terem atingido o seu maior nível em 12 anos, é um claro indício de que não existe café de qualidade e origens aceitas na ICE sobrando no mercado\”, informa.