09/04/2009 – O governador em exercício Orlando Pessuti disse nesta quarta-feira (8), em Londrina, que o Governo do Paraná ofereceu mais de R$300 milhões em linhas de crédito, desde 2004, para aumentar a produção e melhorar a qualidade do café paranaense. Ele participou da abertura do 17.º Encontro Estadual do Café e do lançamento da 7.ª edição do concurso “Café Qualidade Paraná 2009”, que elege o melhor café produzido no Estado.
O evento reuniu mais de 500 cafeicultores na Expolondrina.“Reforçamos os incentivos porque nos orgulhamos das conquistas dos cafeicultores, que produzem grãos de alta qualidade. O Paraná sempre teve importância na cafeicultura nacional, e já ocupou o primeiro lugar na produção até a triste geada de 1975.
Se já não somos os maiores, procuramos, com iniciativas como o prêmio Café Qualidade Paraná, renovar as lavouras, torná-las mais produtivas”, falou Pessuti. “O Iapar pesquisa e oferece aos produtores, anualmente, uma ou duas novas variedades de café para que possamos produzir cada vez mais e melhor. O Banco do Brasil financia a compra de equipamentos para irrigação, e a câmara setorial da Secretaria da Agricultura apóia a política de industrialização, comercialização e exportação do café paranaense”, enumerou.
“Acredito que, com a contribuição do Estado em financiamento, pesquisa, assistência técnica, extensão rural e vigilância sanitária, é possível aumentar a rentabilidade das suas lavouras”, disse o governador em exercício. “Plantando as variedades recomendadas pelo Iapar e pela Emater, com tecnologia e lavouras irrigadas, podemos quadruplicar a produção do café em uma mesma área, gerando mais renda ao produtor.
” Pessuti também lembrou de outros programas de apoio à agricultura do Governo do Paraná, como as patrulhas rodoviárias rurais, o fundo de aval e os programas Irrigação Noturna e Trator Solidário.
DIVERSIFICAÇÃO E QUALIDADE —
O chefe da Secretaria da Agricultura e Abastecimento em Londrina, Gil Abelin, lembrou da importância da diversificação da propriedade e da qualidade do café produzido. “No início da década de 1970, o Iapar começou a desenvolver uma nova forma de produzir café, já prevendo que os grandes agricultores dariam lugar aos pequenos e as áreas e a mão-de-obra seriam reduzidas”, explicou.
“O Paraná já teve a maior área plantada de café no mundo. Hoje o Estado trabalha para aumentar a produção a partir de quatro pilares: diversificação, manejo do solo, qualidade do produto e manejo da produção de acordo com a região”, disse Abelin, que é zootecnista. “Para o pequeno produtor se manter vivo, precisa de um diferencial, de informações sobre novas tecnologias que melhorem sua produção.
É comprovado que a qualidade, aliada à sustentabilidade, faz diferença no mercado e no preço. É isso que o Governo tem levado aos cafeicultores do Paraná”, falou o produtor João Donizete Mantoan, de Ribeirão do Pinhal.Incentivado por Iapar e Emater, Mantoan resolveu diversificar sua produção. “Além das três variedades de café que produzimos em 16 hectares, plantamos laranjas e construímos um pequeno aviário”, explicou.
No encontro aberto nesta quarta-feira em Londrina, os produtores discutiram técnicas de colheita, sob a coordenação por Otávio de Oliveira da Luz, da Emater de Carlópolis. O tema surgiu a partir da precariedade da mão-de-obra, contou o engenheiro agrônomo Romeu Gair, especialista em café da Emater Londrina.
Como a colheita de café é sazonal, realizada em meados de maio e julho, os produtores sofrem com a escassez de mão-de-obra responsável pela tradicional colheita manual. “Por isso, é preciso buscar alternativas na mecanização”, disse Gair.Os painéis explicaram o uso de colheitadeiras, derriçadeiras portáteis e da colheita manual. Ao final do encontro, Arnaldo Androcioli, pesquisador do Iapar, fez um diagnóstico sobre a mecanização da colheita de café no Paraná.