Empresários paranaenses estão animados com a possibilidade de aumentar negócios com o Oriente Médio. Países como Síria, Palestina, Iraque, Kuait, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Argélia estão interessados em aumentar o comércio dos produtos paranaenses, que já desponta como expressivo: em 2006 as vendas para a Liga Árabe, formada por 22 países dos continentes africano e asiático, superaram US$ 540 milhões. Para este ano, além de comprar e vender produtos, os árabes poderão ingressar com investimentos. O Kuait demonstrou interesse em iniciar projetos na área de imóveis, tanto para o setor turístico como de áreas agrícolas.
O primeiro contato aconteceu na última sexta-feira, em Curitiba, durante visita de uma delegação de embaixadores dos países árabes. “Percebemos que há um grande interesse deles em intensificar negócios com o Paraná”, disse o coordenador do Conselho Temático de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ardisson Nahim Akel, que recebeu a comitiva.
Mais de 100 empresários participaram do encontro. Atualmente os árabes compram do Paraná soja para alimentação animal, café solúvel e carnes. O estado é o único que possui credencial para vender carne de frango para a região, onde a religião islâmica determina o tipo de abate e de corte.
Entre os 13 representantes dos países árabes e encarregados de negócios que estiveram em Curitiba, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos Yousuf al Usaimi, que chefiou a missão, ressaltou o interesse em saber o que o Paraná pode oferecer. “Estamos aqui para buscar os melhores caminhos e fortalecer ainda mais as nossas relações econômicas”, declarou.
Segundo Ardisson Akel, da Fiep, o empresariado está disposto a incrementar as vendas de produtos com maior valor agregado, como de autopeças, automóveis e caminhões, móveis e pisos de madeira, além de papel e celulose. “Aqueles países enfrentaram guerras recentes, como é o caso do Iraque e do Líbano, o que sugere a reconstrução desses países, que necessitam de materiais de construção, cerâmicas, louças sanitárias e até mesmo casas prontas”.
Para ampliar as negociações, já está programado um novo encontro, possivelmente em julho, com os representantes árabes. A previsão é de um evento maior, com a participação de mais empresários do interior do estado, que também serão convidados a participar da Feira Internacional de Damasco, que acontece em agosto. Damasco é considerado um local estratégico, por estar no meio de países com comércio forte do Oriente.
No Brasil, as vendas para o Oriente Médio e Norte da África aumentaram 28% de 2005 para 2006, passando de US$ 5,2 bilhões para US$ 6,7 bilhões. As importações cresceram 1%, para US$ 5,4 bilhões em 2006.