FAEP vai propor medidas para garantir competitividade à cafeicultura do estado
Um documento com propostas que garantam a competitividade da cafeicultura paranaense será elaborado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). Técnicos da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) também contribuirão para o estudo. \”Vamos propor medidas que ponham fim a uma situação dramática\”, contou o presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita.
As propostas do grupo serão apresentadas em breve ao governo federal. Uma das idéias é ter uma política diferenciada de apoio à cafeicultura paranaense. \”As condições do Paraná são diferentes. O custo da mão-de-obra representa 60% do custo total da produção de café\”, contou o engenheiro agrônomo Claudius Augustus Faggion Filho, da FAEP. Ele lembrou que o salário mínimo é diferenciado no Paraná. O ágio é de R$ 150 em relação ao valor nacional, diferença que acaba reduzindo a receita da cafeicultura paranaense.
A falta de competitividade do setor cafeeiro do Paraná foi tema de reunião hoje, na sede da CNA, em Brasília. Além de representantes dos órgãos técnicos, da FAEP e da CNA, representantes dos Ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário, e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também participaram da reunião. O engenheiro agrônomo da FAEP contou que os preços recebidos pela saca não cobrem os custos de produção, o que tem feito muitos produtores abandonarem a cafeicultura e optarem por outras culturas de longo prazo, como o plantio de eucaliptos.
O presidente do Sindicato Rural de Cornélio Procópio (Sindirural), Floriano Peixoto, disse que o custo para produzir café é, em média, de R$ 355 por saca de 60 quilos. Nesta semana, o preço de venda da saca não ultrapassa R$ 280, na média, segundo dados da Seab divulgados na reunião. O representante da FAEP disse que os preços recebidos não cobrem os custos de produção há pelo menos 10 anos. \”As receitas são negativas. São muitos anos de prejuízo\”, disse. Dados apresentados pela FAEP na reunião de hoje mostram que os cafezais ocupavam 140 mil hectares há 10 anos. Depois de anos de crise, o café ocupa, no máximo, 82 mil hectares no Paraná.