Paraná busca certificação de produtos regionais

15 de setembro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Jornal de Londrina – Londrina/PR – 14/09/2014


Quem não conhece o presunto de Parma, da Itália, ou o vinho do Porto, de Portugal? Além de serem produtos de grande qualidade e muito cobiçados pelo mercado, os dois têm em comum uma certificação, a de Identidade Geográfica (IG), que garante a procedência de origem. Aquele tipo de presunto só pode receber o nome de Parma por ser produzido naquela região italiana. O Paraná quer, agora, certificar seus produtos para que sejam tão famosos quanto o presunto ou o vinho. Para isso, o Sebrae-PR está desenvolvendo projetos para estimular produtores paranaenses a buscarem IG de produtos e serviços característicos de seu local de origem.


Um encontro com produtores foi realizado no mês passado, em Curitiba, para esclarecer as vantagens da obtenção da certificação junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Hoje, no Estado, apenas os cafés especiais do Norte Pioneiro têm a certificação, conquistada em 2012. Em todo o Brasil, são cerca de 30 produtos com a IG, mas o propósito é chegar a 54 até 2015.


IG pode favorecer 7 mil produtores


A Identificação Geográfica dos cafés especiais pode beneficiar até mais de 7 mil produtores de 45 municípios produtores da região de Londrina. Hoje, porém, com os processos de gestão e de produção implantados, apenas 250 produtores, integrantes da Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp), podem exportar seus produtos, via Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Coocenpp), com a certificação.


Segundo o presidente da Acenpp, Cleumilson Serafim, o mercado está receptivo. “Precisamos de mais produtores para atender a demanda. Mas é preciso fazer um trabalho sério.” Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês), o segmento cresce em torno de 10% e 15% ao ano enquanto o de cafés tradicionais cresce apenas 3% ao ano.


Segundo a consultora do Sebrae Andrea Claudino, foram identificados ? pelas regionais do Sebrae no Estado -, 35 produtos, no mínimo, com potencial para obtenção do registro. Após um diagnóstico sobre cada um deles, dez foram selecionados para serem trabalhados pela entidade com a meta de receberem novos registros de IG para o Paraná. “A ideia é, até outubro do ano que vem, darmos a entrada no pedido de registro desses dez produtos, mas pode durar até três anos para conseguirmos a certificação.”


Produtos


Entre os produtos selecionados para serem trabalhados nessa primeira fase estão a uva de Marialva, o mel do Lago de Itaipu, o melado de Capanema, queijos de Witmarsun, a goiaba de Carlópolis, a erva-mate de São Mateus do Sul e farinha de mandioca, cachaça, derivados de banana e o barreado do litoral paranaense. A escolha considerou alguns indicadores importantes, como a notoriedade, a agregação de valor, uma governança ? um grupo já formado que pode ajudar no desenvolvimento do projeto ? e a geração de renda. ?Outro fator foi o fato de poder ser distribuído em todo o Paraná. Esses dez reuniam, nesse momento, todos esses indicadores?, conta a consultora.


Segundo o gestor do projeto de cafés especiais do Sebrae, Odemir Capello, a certificação é uma das etapas do trabalho que vem sendo desenvolvido desde 2006 para melhorar a qualidade do café do Paraná e promover o desenvolvimento dos municípios produtores a partir dele. “Para isso, tivemos que mudar a produção, que era de baixa qualidade e implantar novos processos e boas práticas de produção.” Além disso, os produtores tiveram que se aperfeiçoar na gestão da propriedade, em associativismo, e buscar outras certificações, inclusive fazendo busca de mercado. “São várias ações que criam uma identidade ao produto. O IG permite que ele seja diferenciado de qualquer outro, mas só ele não basta.”


 

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