07/11/09
Daniela Milanese
Medidas para conter a valorização cambial costumam ser transitórias, avalia o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ele acredita que os governos precisam ser proativos na administração do câmbio e classificou a criação do IOF para os recursos estrangeiros no Brasil como uma medida “correta” na tentativa de separar o capital especulativo. Agora, o governo tende a avaliar os resultados e, eventualmente, fazer ajustes, disse o executivo.
“O ideal é ter uma taxa de câmbio que consiga dar competitividade para as exportações”, afirmou, sem estimar o nível adequado para o real.
Ele lembrou que o comportamento da moeda é fruto do desempenho favorável da economia brasileira e da visão positiva dos estrangeiros sobre o País. “Antecipando o ciclo de desenvolvimento econômico em 2010, já alongamos os prazos dos financiamentos”, afirmou, exemplificando que o crédito ao consumo para pessoa física agora chega a 60 meses.
A valorização do real também ocorre em um ambiente de grande liquidez mundial, fabricada pelos governos, estimada em US$ 2 trilhões, disse o presidente do Bradesco. Esses recursos estão em busca de retornos mais atraentes, o que pode ser oferecido pelos emergentes. “O mundo saiu da crise para o excesso de liquidez”, disse. “A virtude está no centro.” Segundo Trabuco, o Bradesco não tem captações previstas no horizonte. Ele disse que o banco emitiu US$ 780 milhões em títulos neste ano para aproveitar o momento de taxas favoráveis, e não por necessidade de caixa.
Em meio ao que considera um setor bancário consolidado no Brasil, o objetivo do Bradesco é avançar por meio do crescimento orgânico. “Caminhamos rapidamente para estarmos presentes em 100% das cidades brasileiras, que são cerca de 5,5 mil.” O Bradesco fez ontem uma apresentação para investidores em Londres.